Somos fruto da terra que nos viu nascer e do adubo que os nossos pais nos colocaram aos pés. Por isso, a Visita Pascal é, para mim e para os meus, algo indissociável da vida. Bem sei que todos os anos parece o mesmo evento. Todavia, na sua essência e, sobretudo, para quem acredita, cada ano é diferente.
O amadurecimento que a vida nos proporciona leva-nos a ver, ano após ano, os factos de modo distinto, mas não só: os amigos são outros, pelo menos em parte, as visitas são diferentes, o tempo – referimo-me à meteorologia, como é óbvio – tem uma grande influência, a formação do compasso é sempre expectante e a inovação gastronómica, não deixando de modo algum de lado o que é tradicional, é um sinal dos tempos.
Tudo isto para dizer que, hoje, mais uma vez, se cumpriu a tradição: abri a porta para que os meus amigos entrassem em minha casa, mas, principalmente, para que Cristo Ressuscitado fosse também, neste humilde lar, anunciado e proclamado.