Com a queima do bagaço e consequente obtenção da respectiva aguardente, concluí, ontem, a vindima do presente ano. Foram muitos dias, uns mais difíceis que outros, como é óbvio, mas que no computo geral foram prazerosos. Quando se faz uma vindima à “volta”, os dias são muitos, pois quando nos ajudam, como é lógico, também nos obriga a auxiliar os outros. De modo algum se pode ter uma logística destas fazendo tudo sozinho. É vindima, propriamente dita, é o transporte, é o desengaço, é a fermentação em lagar, é a trasfega e é a prensagem do "pé".
O vinho branco( 50% de Maria Gomes e 50% de Bical) deu algumas dores de cabeça, uma vez que, por excesso de teor alcoólico, a fermentação em cuba foi difícil de arrancar. A adição de água tratada e de enzimas resolveram o assunto. A questão foi chegar à solução. Só à terceira tentativa acertei.
O tinto, uma mescla de castas Merlot (35%) e Baga (65%), correu maravilhosamente e os 600 litros encontram-se, neste momento, em cubas de aço inoxidável a fazer a competente fermentação melolática. Em janeiro próximo, aquando da passagem a limpo, pelo menos 200 litros irão para tonéis de carvalho a fim de lhes proporcionar um estágio de pelo menos dois anos. Em consequência, no próximo ano iremos consumir/vender, como vinho comum, o restante. Quanto ao especial, depois de devidamente engarrafado e rotulado, somente em 2026 ou posteriormente. Tudo dependerá das constantes análises.
Sim, bem sei que são poucas quantidades. Todavia, é o início de uma mini-adega. O caminho faz-se caminhando, passo a passo.