O popularucho, algo, por agora, diferente do popularismo, mas que é meio caminho andado para tal, está em alta. Os programas de entretenimento, pelo menos os preferentemente vistos, mais ou menos disfarçados de informativos, parecendo gato com rabo de fora, sempre foi um brilho que atraiu os líderes partidários, e não só, à semelhança da luz que constantemente alicia as melgas em pleno Verão.
Desde o “5 para a meia-noite”, da RTP, por onde passaram quase, repito quase, todos os líderes políticos – recordo António Costa, Assunção Cristas, Catarina Martins, entre outros menores -, vem agora o “Programa da Cristina”, da SIC, o qual, para além do telefonema em directo do PR, logo na primeira edição, contou hoje – não que o visse, felizmente – com a primeira figura do CDS-PP. Esta, segundo rezam as crónicas, para além de falar e falar, espalhar sorrisos e mais sorrisos, até fez um arroz com atum. De lata, como é lógico. Se os políticos de hoje são todos descartáveis e, sobretudo, de rápida dissolução, porque é que a comida também não há-de ser de igual tom?
São sinais dos tempos, dir-me-ão alguns. Tudo bem. Como não tenho outra hipótese tenho de aceitar. Gostar é que não, com toda a certeza que me é possível garantir. Todavia, a continuar assim, um dia destes temos o líder do PS, CDS, BE e outros em qualquer rua/largo a comer um frango de cabidela ou, então, em qualquer casa portuguesa, pelo menos aquelas que ainda têm dinheiro para tal, isto para não falar de matança do porco, uma vez que o PAN começa a ter alguma influência.
Uma coisa é ser solidário para com todos e, principalmente, para com os mais humildes. Outra coisa, porém, é querer, a todo o custo, ser igual a todos. Isso é hipocrisia.