O ensino em Portugal passa por tempos de mudança. Não para melhor, no meu entender, mas, como costumo dizer, manda quem pode, obedece quem deve. Na actual conjuntura, em que a recessão económica ainda está bem presente, o ensino sofre profundas implicações e a relação dos portugueses com o sistema público de ensino tende progressivamente a alterar-se. Com as escolas sob “forte pressão”, ainda que continuem a ser o mecanismo oficial e a coluna vertebral do ensino, os professores, porém, sentem-se, cada vez mais, como algo descartável.
É nessa mesma medida que há que ter em conta a opção pela luta reivindicativa encetada pelos sindicatos dos professores, ao anunciarem meia-dúzia de pontos a que urgia dar resposta. Apesar de estar contra tantos quesitos, pois, conforme aqui disse, dois bastavam, estava com algum optimismo. Porém, hoje mesmo, veio a saber-se que a os sindicatos dos professores à semelhança de muitas outras lutas e ocasiões, contentam-se com umas míseras migalhas, virando as costas à esmagadora maioria dos que diariamente dão o seu melhor nas escolas.
Assim, uns simples “trocados” que obtêm no discernimento sobre o horário dos docentes para o próximo ano lectivo, leva-os a desmarcar – estou a antecipar, mas não tenho a menor dúvida que assim será – novamente uma greve aos exames.