Sim, bem sei que quando se começa a falar muito do passado é, segundo dizem, porque se está inexoravelmente a caminhar para velho. Contudo, pergunto inocentemente(!): não é o que acontece com todos?
Assim sendo, volto, de certo modo, aos idos mais ou menos recentes, concretamente ao assunto que agora que está na ordem do dia – já esteve mais, admito –, i.e., a justa reivindicação dos docentes para que, faseadamente, repito faseadamente, lhes sejam contadom os 9 anos, 4 meses e 2 dias, em que a sua progressão esteve congelada.
Como sabem aqueles que mais directamente se encontram ligados ao sector do Ensino, há cerca de um mês realizou-se uma manifestação de professores, em Lisboa, convocada pela Plataforma de Sindicatos. Foi muita gente - não tanta como em 2008 -, mas algo muito substancial. Acontece, porém, que alguns – um dia chamarei os bois pelos respectivos nomes – que, outrora foram extraordinariamente reivindicativos, tanto interna como externamente, apresentam-se, neste momento, não digo com simples cordeiros, mas imensamente distantes da designação de lobos que ostentavam. E, atenção: os motivos de luta não são menos relevantes, bem pelo contrário. O que mudou, entretanto? As personagens e, sobretudo, os principais “guerrilheiros” terem “o rabo entrilhado”.
Estou a recordar-me, por exemplo, de uma senhora(!!!) que, em tempos idos, fazia gala da sua sobranceria, denotando gozo em não cumprir o que regularmente estava estipulado. Hoje-em-dia, porém, cumpre religiosamente o que a tutela emana sem que da sua boca se ouça o menor queixume. Relembro também uma outra colega que, em contraponto, por aquelas alturas, lutava pela prossecução da razão, fazendo a ligação efectiva ao que era a sua ideologia e o que a prática vivencial na Escola lhe ditava. Nos dias que correm, no entanto, é não sei o quê a nível sindical e político.