O meu ponto de vista

Março 13 2019

Na última semana surgiram nas televisões ditas generalistas – seja lá o que isso significa e, apesar do teor depreciativo, sabendo, de antemão, que são as de maior audiência –, programas que têm levantado extraordinárias celeumas e motivo para enormes, pelo menos em termos palavrosos, artigos de opinião.

Como os meus caros leitores já perceberam, refiro-me a “Quem quer namorar com um agricultor”, transmitido pela SIC e “Quem quer casar com o meu filho”, este da autoria da TVI. Todos estes programas foram êxitos em variadíssimos países e, por isso, não admira a enorme audiência entre nós.

É telelixo? Não há a menor dúvida. Que tanto os homens como as mulheres que se prestam a participar nestes reality shows não ajudam na elevação de quem quer que seja também é uma verdade inquestionável.

Agora, o que também é verdade é que, como o nosso bom povo costuma dizer, quem não gosta coloca de lado. Hoje-em-dia a maioria dos lares possuem, felizmente, muitas outras opções de escolha televisiva. Mesmo aqueles que não são subscritores de qualquer canal por cabo tem outras possibilidades. Não gosta, muda de canal. Diga-se, também em abono da verdade, que ouço muita gente a dizer que não os vê e a condená-los veementemente, mas as audiências provam o contrário. A não ser que sejam os espanhóis a vê-los, não encontro outra explicação. Isto lembra-me sempre as telenovelas. Ninguém as vê, mas não é por acaso que os ditos canais de televisão investem tanto em tais produtos.

Eu, pessoalmente, não gosto e, por isso, não vejo. Mudo de canal e ponto final. Como acima escrevo, é evidente que isto vale o que vale. Todavia, uma coisa é certa: censura prévia não. Não é que ache ser admissível a transmissão de tudo e mais alguma coisa. Porém, a não ser algo que ofenda a ética, a educação e os conceitos morais da maioria dos portugueses, sou de opinião de que não se deve proibir só porque é politicamente correcto.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:26

Dezembro 30 2018

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Estamos a um passo do final do ano. E, por isso, nada melhor que pensar no que fazer - senão na totalidade durante 2019 - nos próximos anos. O texto que vos deixo chegou-me, o outro dia, via email, tendo feito apenas algumas alterações. Eis, pois, o que falta fazer:

- Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros atestados, motoristas, etc.) dos ex-Presidentes da República.

- Redução do número de deputados da Assembleia da República, bem como reforma das mordomias na Assembleia da República.

- Acabar com muitos dos institutos públicos e fundações Públicas, as quais não servem para nada a não ser ter funcionários e administradores com 2º e 3º emprego.

- Acabar com as empresas municipais, com administradores a auferir milhares de euros/mês que servem apenas para acumular funções nos municípios.

- Reduzir drasticamente o número de câmaras municipais, assembleias municipais e juntas de freguesia, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821.

- Acabar com o financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades.

- Acabar com a distribuição de carros a presidentes, vereadores, assessores, etc., das câmaras, juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo país.

- Reduzir fortemente a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos menores.

- Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir, de modo algum, que carros oficiais façam serviço particular, tal como levar e trazer familiares e filhos às escolas, ir às compras, etc.

- Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar.

- Colocar fim nas várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.

- Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma recebe todos os anos.

- Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.

- Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois.

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:31

Dezembro 12 2018

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A expressão designada pós-verdade ganhou foros de habitualidade. O que era um facto de ontem, verdadeiro e indesmentível, passe-se o pleonasmo, passou, nos dias de hoje, a ser contado de forma distinta, invertendo autenticamente o ónus da prova. Os que no passado cometeram toda uma série de crimes, passaram agora a ser virgens autenticamente inocentes, bem como aqueles que se sacrificaram pelo bem comum são actualmente apelidados de malandros, reais selvagens, isto para usar uma linguagem muito soft.

Aqueles que, por opção, quiseram andar na filha-da-putice, por ser essa a sua verdadeira índole, em vez de trabalharem e, sobretudo, sacrificarem -se por si e pelos seus – sim, não tenhamos medo das palavras, já que uma vida não é vivencial sem oblações -, passam agora a justificar as suas atitudes com a observância dos enormes tempos de crise que passámos há muitos e muitos anos, querendo fazer crer que os anos que vivemos, desde sempre, foram de apuro.

A falta de vergonha não tem limites. Aliás, já os antigos diziam que “uma pessoa sem vergonha acha que todo o mundo é seu”.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:35

Abril 27 2018

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É verdade. Não tenho tido muita disponibilidade para escrever neste espaço. As ocupações profissionais, bem como fazer frente a outras lides que tanto me são queridas, têm reduzido, de uma forma exponencial, o já pouco tempo livre que dispunha. Como um dia disse alguém “é a vida”.

Vêm feriados, sucedem-se fins-de-semana, e por isto ou por aquilo, o tempo não estica e também não deixa de ser menos verdade que não caminho para novo.

Resta-me a consolação do dever cumprido. E, já agora, que o FC do Porto seja campeão.

Bem sei que irão dizer que para escrever isto mais valia estar quietinho. Pensam bem. Porém, recordem-se que “quem diz a verdade não merece castigo”.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:09

Dezembro 07 2015

O outro dia acusaram-me de que se a ausência de inteligência emocional pagasse imposto eu estaria na penúria. Como a palavras loucas, ouvidos moucos, desliguei. Hoje, porém, volto ao assunto, uma vez que tal matéria me interessa particularmente, tendo-a abordada em variadíssimos textos, incluindo um capítulo do meu livro.

Recomendando a leitura dos textos de Daniel Goleman, de certo modo, o guru de tal temática, sempre direi que as emoções motivadoras, as quais devem, por princípio, ser comandadas pela inteligência que lhe está associada, têm origem em crenças e comportamentos universais a que as teorias clássicas do intuito e/ou do objectivo têm dificuldade em responder.

Num mundo dominado pelas redes sociais e, sobretudo, pelo culto da individualidade, no qual a comunicação constitui a linfa que alimenta o erudito do sucesso, as necessidades de afirmação pessoal, as exigências de bem-estar ou a apologia dos valores ambientais tornaram-se direitos naturais, tanto no trabalho como no consumo, a que as organizações, bem como as pessoas, ainda não sabem muito bem como lidar.

Todavia, por muito que custe a determinadas pessoas, a inteligência emocional ainda é apenas uma aspiração, presa na garganta de alguns. Não obstante, tal pode constituir a marca simbólica de um novo entendimento.

Não estando, assim, a inteligência emocional ao alcance de qualquer um, pelo menos no grau desejável, adiantarei, porém, que a verdade – o cerne da questão abordada no tal dia – é como o azeite, i.e., vem, mais cedo que tarde, sempre ao cimo.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:16

Novembro 06 2013

Começo por afirmar, desde já, que vou ser crucificado na praça pública. De forma injusta, no meu entender, mas vou. Tão certo como dois e três serem cinco. E o corpo já me começa a doer, mas o que tem de ser tem muita força!

Há poucos dias fui instado a tomar conhecimento da minha avaliação de desempenho docente (ADD), relativa ao último ciclo avaliativo. Até aqui nada de novo a assinalar, como se costuma dizer.

Não concordando muito com o resultado da avaliação que fizeram sobre o meu trabalho, mas atendendo ao carácter subjectivo que a mesma enferma, não me vou pronunciar sobre tal.

Vou tecer, sim, algumas considerações sobre a divulgação desta matéria, ou melhor, da sua ausência. Continuo a não compreender do porquê da não publicitação dos resultados da ADD de todo o corpo docente. Será que a legislação o proíbe? Não vejo onde. Será que se trata de protecção de dados? Também muito menos consigo vislumbrar onde está a relutância, tanto mais que se divulga, sem quaisquer rebuços, o tempo de serviço, classificação académica e profissional, de entre tantos outros dados.

Só vejo uma explicação. A matéria é tão controversa que a comissão de ADD e, principalmente, as direcções preferem manter o secretismo, evitando, deste modo, o avolumar de críticas e, sobretudo, os naturais recursos. A ignorância é mãe de imensas inacções.

Uma questão é verdade: esta problemática é comum senão à totalidade das escolas, pelo menos à maioria. Aliás, não será por acaso que não conheço nenhuma que proceda à aludida difusão. Já agora, quem souber de uma apenas agradeço a informação.

A concluir, gostaria muito de saber quem são, afinal, os colegas “muito bons” e “excelentes”. Apenas por uma razão: saberíamos a quem “entregar” as turmas mais problemáticas.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:17

Julho 27 2010

A verdade sofre-se em silêncio. Por isso não magoa e não necessita de ser apregoada aos quatro ventos, pois, tal como o azeite, aparecerá sempre à tona, por muito que a queiram misturar com outras coisas.

E, já agora, para os que crêem apenas no que vêem, recordo um trecho de uma das leituras do domingo passado: Porque Me viste, acreditaste. Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditam (João 20:24-29).

publicado por Hernani de J. Pereira às 10:57

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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