O meu ponto de vista

Junho 21 2021

Quanto mais não seja, no calendário inicia-se hoje uma das estações mais apreciada por todos os portugueses: o Verão. Apesar de hoje se apresentar mais que envergonhado – já vi dias em pleno Janeiro bem melhores -, é tempo de férias, de odor a flores e a fruta, de longos e bons dias de sol, noites cálidas, lugar para conviver à sombra e diante de um bons petiscos e bebidas frescas, momentos para colheitas, algumas das quais se estenderão até ao Outono, no fundo circunstância e conjuntura que nos convida a momentos de lazer e prazer.

Não falei anteriormente de praia propositadamente, já que este é, sem dúvida, o lugar de eleição que me faz lembrar o Verão. Adoro ir para a praia cedo, sentar-me na cadeira e ler o jornal. Enquanto esta actividade não estiver concluída, ninguém me convide para outra coisa. Por volta das 11h00 é, então, tempo de um banho refrescante, a que segue uma hora depois o regresso a casa para grelhar um belo peixe, adquirido de manhã cedo no mercado respectivo. Depois do almoço, é altura para uma dormir uma sesta, regressando à praia por volta das 16h00, sempre acompanhado de um livro.

Estes dias repetem-se, um atrás de outro, sem me cansar. Dirão alguns que são férias minimalistas, sem graça e muito menos rasgo de ousadia. Respondo que, primeiro, cada um faz o que gosta; segundo, também nem sempre, nem nunca. Dias existem em que os passeios por outras paragens se impõem, sem esquecer de percorrer serras e vales sempre à procura da óptima gastronomia regional.

O único lamento é que são poucos dias – a disponibilidade e as finanças assim determinam -, e ainda faltar tanto tempo para o início de tal.

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:12

Junho 26 2018

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Apesar deste início de Verão muito envergonhado, há muito homem a pensar o modo como se há-de apresentar na praia depois de farras, copos e, sobretudo, pouco exercício efectuado durante os meses que antecederam. Sim, porque o corpo masculino também é hoje celebrado como objecto de interesse sexual, desportivo ou lúdico. Aliás, não por acaso que o ideal popular, por estes dias, passou a valorizar o porte atlético como verdadeiro e quase único atributo do homem.

Os modelos são sempre jovens, bonitos e, pelo menos por fora, perfeitos. A televisão, algo cada vez mais consumido, mostra incessantemente imagens de gente linda e magra, eles musculados e confiantes, mesmo que seja para usar um detergente qualquer para a roupa, dançando com mulheres bonitas, cinturas de vespa e, cereja em cima do bolo, sexys.

É claro que existem homens que não perseguem activamente os novos padrões corporais masculinos – eu, pecador, me confesso -, muitos, porém, idealizam-nos e consideram-nos um objectivo social e cultural a atingir a todo o custo. Todavia, se é verdade que existe alguns - e ainda bem – com uma preocupação genuína, intensa e permanente, em manter um bom aspecto físico, tanto mais que isso é muito bom em termos de saúde, outros existem que o fazem devido à imagem.

A autoestima e o modo como cada um se julga a si próprio, quase exclusivamente através da aparência, desenvolve a exigência de um ideal que, muitas vezes, pode levar a uma exagerada avaliação de si mesmo, tornando-se extremamente crítico para si e para com os outros. Numa época particularmente difícil para os homens, o mundo pede-lhes cada vez mais, o que faz com estes peçam, a si próprios, também cada vez mais.

publicado por Hernani de J. Pereira às 17:41

Maio 30 2018

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Num tempo em que de manhã é Outono, à tarde quase Verão e à noite Inverno, sem que se vislumbre a Primavera, não admira suspirarmos por outros ares. Assim, impõem-se as saudades do Verão, de modo a que, ainda que subjectivamente, possamos apreciarmos tudo o que de bom a vida nos tem para dar.

E proclamar nostalgias do Verão, que nunca mais chega, é falar do campo e mar, de ruralidade - com as suas festividades e manifestações mais ou menos naïfs -, sem esquecer o urbanismo citadino que também nos atrai e tem o seu encanto.

Já agora, a melancolia que este tempo nos dá leva-nos para longe do cosmopolitismo e do romantismo. Porém, como o contraditório é uma marca indelével no nosso quotidiano, tal também nos traz a reflexão sobre o realismo, a história e a modernidade, a tradição e a inovação.

Residentes ou simplesmente de passagem por este “canto” importa possuir uma faceta multifacetada e cativante de modo a ver o óptimo onde a maioria observa o péssimo. Por isso, é sempre possível deixar-se seduzir por tudo o que nos rodeia e simultaneamente fazer história a cada esquina que dobramos, renovando, deste modo, a paisagem a cada passo, mesmo que entre vales e colinas não consigamos enxergar o mar.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:59

Novembro 23 2016

Chegou verdadeiro o Inverno. Dias pequenos, muita chuva e frio caracterizam esta época do ano. Que tem o seu encanto, é uma verdade insofismável. O aconchego do lar, o calor da lareira, com o crepitar da madeira seca a ser consumida, a gastronomia típica desta época – feijoada, sarrabulho, cozido, chanfana, entre tantas outras iguarias -, para não falar na quadra natalícia, tornam estes meses muito especiais. Então o Natal, com a ideia de família que lhe está subjacente, fazem crescer em nós desejos sinceros de humildade, solidariedade, onde o que há de melhor em nós sobressai.

Todavia, também é verdade que o frio e a chuva – absolutamente necessários – fazem-me sentir saudades do calor e, sobretudo, da praia. Nostalgia das sardinhas a estalarem na brasa, das febras e bifanas a saírem directamente para o pão, das saladas abundantes, das bebidas refrescando as gargantas sequiosas de quem festeja, falando, cantando, dançando, ou seja, aproveitando os dias longos e soalhentos e as cálidas noites.

Anseio por um tempo em que uma sombra fresca de um parque é um pequeno oásis, por uma esplanada construída no jardim, onde reúna os amigos à volta da mesa e a conversa parece não ter fim à beira de petiscos de fazer crescer água na boca.

Conto os dias para que cheguem os momentos do dolce far niente, em que há tempo para tudo e para todos. Os passeios, as visitas, a animação e a alegria desprendida, adiadas por meses e meses de trabalho ou de impossibilidade meteorológica, são colocados em dia.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:14

Julho 20 2015

E aqui estou inspirado pela ideia de aproximação de dias de praia, peixe fresco assado no braseiro – semelhante ao cantado por Rui Veloso -, e pelo desenvolvimento de conversas próprias da estação.

Sendo a praia e, sobretudo, a luminosidade destes esplendorosos dias, um bom tema de inspiração, abordo esta em tudo o que ela representa. Uma vida saudável e bem cuidada reflecte a luz e também uma das grandes expectativas em matéria de bem-estar.

Deste nosso país não nos chegam grandes notícias. Contudo, como temos vindo a observar, a oriente é muito pior, pelo que de certo modo, temos de dar graças a Deus.

Em matéria de perpectivas futuras, e tendo em conta as tendências do nosso quotidiano, temos de ir, pelo menos por agora, ao encontro do que mais nos prende, algo que sugere aromas e cores da natureza, oferecendo-se como composições subtis e harmoniosas e, por vezes, surpreendentes. As novidades confirmam estas tendências e trazem-nos boas surpresas.

O que actualmente me rodeia é também inspirador. Há um novo estilo romântico que se afirma nas novas tendências e prenuncia um Verão muito requintado.

Isto promete!

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:59

Setembro 23 2014

Um Verão, sem praticamente ter começado, que acaba e um Outono que inicia com cara de Inverno prematuro, têm sido, ultimamente, o pão-nosso de cada dia. Andamos, por isso, taciturnos, cabisbaixos e sem grande vontade para dar o que há de melhor em nós.

Os fogos de modo algum foram - e ainda bem - notícia de Verão, tendo-nos valido, há falta de melhor, a guerrilha interna e o lavar de roupa suja no PS. Agora surge-nos, com fundamento ou sem ele – não quero crer que a premissa seja a mais correcta! – algo sobre o passado político-profissional de Passos Coelho e de outras ex-figuras proeminentes do PSD, entre as quais a do ex-líder e ex-presidente da CM de Gaia, Luís Filipe Menezes, o que, infelizmente, já estamos acostumados.

A justiça, já o escrevi, está um caos, ou, como hoje se diz, está em estado de “Cítius”. O ensino, com a trapalhada da colocação de professores, qual saga que, ano após ano, nos persegue, não se encontra melhor, bem pelo contrário.

Por falar neste importantíssimo sector da vida de qualquer sociedade, o ensino em vez de se centrar no mais fulcral, i.e., nos alunos e nos respectivos curricula, impele-nos a fixar a atenção no acessório, uma vez que aquilo que, à priori, era fácil – ordenação dos professores e sua colocação, o que qualquer sistema informático, minimamente conformado com regras claras e precisas, fazia com uma “perna às costas” - o ME complica. E o único a demitir-se foi um director-geral? Claro que sim, apesar de não ser o mais curial. Explicação: o membro do governo que tem estas competências, o secretário de estado da administração escolar, João Casanova, é do CDS-PP e, pelas razões óbvias, não convém levantar ondas com o parceiro de coligação neste último ano antes das legislativas.

Como resultado desta atávica política existem ainda cerca de 4 000 docentes em falta nas escolas, com a agravante de muitos já terem sido colocados indevidamente, o que acarretará, no final, professores em duplicado, com o inerente aumento da despesa pública, o qual, para não fugir à regra, irá ser pago pelos do costume.

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:54

Junho 25 2014

Amanhã, apesar da esperança ser extremamente diminuta, lá estaremos, a torcer pelas cores nacionais, em frente da televisão para vermos o Portugal – Gana. E se o futebol não nos eleva o ânimo – e tão necessitados estávamos e estamos -, então este início de Verão deixa-nos quase de rastos.

Tal contribui para baixar ainda mais – será possível? - o astral. E o pior está a dar cabo da agricultura, principalmente no concerne à viticultura. Por muito que tratamos a vinha de oito em oito dias, o míldio e o oídio não dão descanso. E para agravar a situação, as uvas ainda num estado vegetativo muito precoce - o verde continuará por muito mais tempo - já começam a sentir os efeitos da podridão. A continuar assim, para além do imenso trabalho e dinheiro gasto, pouco ou nada se salvará.

A única boa notícia é dispensa de rega. Ou seja, os produtores de hortícolas cantam hossanas. É caso para desejar sol na vinha e chuva no nabal.

Costuma dizer-se que nunca mais é sábado. Contudo, neste momento, apenas apetece dizer: nunca mais é Verão. Esta estação é sinónimo de tempo de recuperação de energias, mercê dos seus dias longos, soalheiros e temperaturas quentes, pelo que ansiamos todos pelo seu advento, a fim de podermos sair de casa e desfrutar de tudo o que natureza tem para nos oferecer.

Quem não anseia fazer as malas e partir, deixando para trás as preocupações?

P.S. – Bem sei que comecei com um tema, a meio passei para outro e finalizei com um terceiro. Há dias assim!

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:36

Agosto 25 2011

O mundo não pára só porque, em Portugal, está calor – a verdade é que nem está assim tanto - e porque quase o país inteiro está ainda a banhos. A silly season continua a fazer das suas e o certo é que se não fosse o futebol nada havia para, neste rectângulo à beira-mar plantado, discutir. Veja-se que até a TV só se salva com as transmissões da bola. Vá lá que o Khadafi abandonou Tripoli senão o que seria dos telejornais!

Todavia, esta pode ser uma boa altura, inclusive para este vosso escriba, para redefinir estratégias, reatar contactos e preparar a melhor rentrée possível. Não é verdade que nada acontece em Agosto! Fazer, nesta época, o trabalho de casa é bastante útil, sobretudo, para quem não pensa apenas no imediato.

É perfeitamente plausível aproveitar o Verão para apanhar sol, descansar, ir à praia ou mesmo passar uns dias no campo e, simultaneamente, tornar o período de lazer e confraternização em tempo de busca de novo sentido para a vida. De um modo informal e natural é possível abrir outras portas e até obter informações relevantes, bem como definir novos objectivos e alargar convivências.

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:56

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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