Não quero dizer que, por breves, muito breves momentos, não sinta os meus sessenta anos. Isso é uma coisa. Outra bem diferente é dizer que a geração dos baby boomers, i.e., os nascidos entre a década de 50 e 60 tem maiores dificuldades em adaptar-se aos dias que correm e, por isso, é preferível apostar em perfis mais juniores.
Este argumento cai facilmente por terra se pensarmos, por exemplo, que dificilmente um recém-licenciado ou um profissional nos primeiros anos de carreira terá a experiência necessária para liderar uma negociação em contexto de adversidade, gerir a motivação de uma equipa num cenário de crise ou assegurar com sucesso tantos outros desafios que a gestão do quotidiano exige.
Já agora, o ME queixa-se de ter muitos professores com a aludida idade sénior e, nessa ordem de ideias, colocados não no topo da carreira - esse lugar ainda está vedado a todos, ao contrário do que dizem os apaniguados do governo -, mas lá perto, o que acarreta uma fatia do orçamento muito substancial. Muito gostaria de ver como funcionariam as escolas se os docentes com 50 e 60 anos as abandonassem de vez.