As enormes diferenças de temperatura que se fizeram sentir entre nós nos últimos dias têm afectado todas as pessoas, mas são sobretudo os mais velhos que sofrem e de um modo grave estas brutais alterações climáticas.
Como é evidente nestas zonas, essencialmente rurais, também se fala destas vagas de calor, infelizmente cada vez mais frequentes, bem como a ausência de chuva, levando ao sofrimento hídrico das sementeiras agrícolas e fundamentalmente das videiras.
Umas vezes alinho na cantilena de que a culpa é dos outros, mas noutros momentos «salta-me a tampa» e digo umas quantas verdades, a saber: o abandono do cultivo do milho, batata e feijão, substituído pelo plantio intensivo do kiwi e ultimamente também do abacate, todos eles consumidores extraordinários de água, assim como a não plantação de um pinheiro, mas sim de eucaliptos, outro enorme secador de fontes, uma vez que o dinheiro manda muito mais que a preservação dos ecossistemas. Depois queixam-se …
Vejam apenas este exemplo, algo caricato, mas verdadeiro: em tempos que já lá vão, apanhar pinhas para ajudar a acender a lareira nos meses frios de Inverno era relativamente fácil. Hoje percorrem-se quilómetros e não se consegue encher um saco. Eu que o diga.