O terrorismo fere? Claro que sim! Ninguém coloca isso em causa. Todavia, o verdadeiro problema coloca-se noutro campo, i.e., no âmbito de o combater. É sabido que o mundo ocidental, a partir de certa altura, tomou a luta ao terrorismo como caminho inevitável, sob pena de males muito maiores.
No aludido combate, misturado embora com um agudo sentimento de revolta contra os seus autores, entrou muita resignação e resiliência, que foram fazendo o seu caminho, até porque a culpa, sendo imputável a agentes mais ou menos definidos, se diluía em parte naquela fatia de colectividade que tinha assumido um certo de modo de vida.
Hoje – o atentado de Nice aí está, mais uma vez, a prová-lo – sabe-se que o batalha que se tem travado contra os jihadistas não tem tido, de todo, o resultado que se esperava. Por isso, a questão assenta noutros pilares, sobre os quais teremos de reflectir de modo conciso e assertivo. E um desses pilares consiste em uma maior informação, a qual colide com a liberdade e, sobretudo, com a privacidade de cada um de nós.
Eis o cerne da questão. Estamos nós dispostos a uma menor privacidade - matéria extremamente sensível e delicada – em favor de uma maior segurança? Se sim, ganharemos tal guerra. Caso contrário esqueçam.