Serão muitos raros os professores que nunca se queixaram do uso dos telemóveis por parte dos discentes. A esmagadora maioria afirma que não suporta tal “praga” e que é quase impossível dar, hoje-em-dia, uma aula em condições mínimas, sobretudo por causa do abuso na utilização daquela tecnologia.
Como muitas outras invenções, o telemóvel é também uma ferramenta extraordinária. Quando usado com conta peso e medida é de utilidade assombrosa. O problema coloca-se em processos de adição, os quais podem ter consequências nefastas em termos pessoais e de relacionamento social.
A verdade é que a dependência destas novas tecnologias assume-se como um distúrbio comportamental que leva o indivíduo a passar para segundo plano todas as suas responsabilidades pessoais, familiares, sociais e profissionais. Este é um problema já identificado e que tem vindo a merecer cada vez mais a atenção por o mundo fora.
A preocupação constante de estar on-line, mentir sobre o tempo passado na internet e sobre o tipo de conteúdos visualizados, dores musculares e na coluna, aumento de peso, perda de sono, isolamento, carência de hábitos de socialização e de higiene pessoal são alguns sinais de que algo poderá não estar bem.
As pessoas dependentes da internet, sobretudo das redes sociais, tendem a utilizá-las para compensar e aliviar tensão e a depressão, preferindo o prazer temporário obtidos através de relações virtuais a relações emocionais mais significativas.
Daí o chamar a atenção dos pais, uma vez que esta questão não diz respeito apenas à sala de aula. Se aqueles permitirem, por exemplo, que o telemóvel faça parte da mesa tal como o prato, então não existe escola que resista por mais atractiva que seja.