O meu ponto de vista

Janeiro 24 2019

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Já não existem guerras a assolar os países ocidentais e, por isso, não há tanques nem aviões a largar bombas nas principais cidades. Contudo, o ambiente continua a ser muito agressivo para os seres humanos. Basta observar a perigosidade da condução automóvel fundamentalmente nas horas de ponta. Andamos em stress constante, numa lufa-lufa desusada, acabando diariamente desiludidos, frustrados até, por corremos tanto e jamais alcançarmos o destino.

Seria errado dramatizar este constante estado, bem como o é se o relativizarmos. Carpideiras e avestruzes não aproveitam a ninguém. Contudo, parece evidente que o stress, a depressão e a ansiedade são pandemias em causas plantadas no nosso estilo de vida, da dieta do sono, do ambiente familiar ao mundo do trabalho.

Esta complexidade, porém, não pode servir de justificação a qualquer atitude mais passiva pela nossa parte, apesar de cada caso ser um caso, como se costuma dizer. Pelo contrário, podemos fazer muitas coisas, uma vez haver muitas outras áreas inerentes ao nosso esforço individual e/ou colectivo que podem ser modificadas.

publicado por Hernani de J. Pereira às 10:37

Dezembro 04 2018

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Não há ninguém, hoje-em-dia, que não fale sobre stress. Uns por acharem que são especialistas na matéria, outros por tal assunto estar na ordem do dia e outros ainda por sentirem essa realidade no quotidiano.

Não digo que esteja na última das premissas, mas de modo algum estou dentro das duas iniciais. A questão de ordem profissional justifica muito em determinadas ocasiões. Não é, feliz ou infelizmente o presente momento, apesar de não ser fácil levar o barco a bom porto nesta recta final de período.

Outros factores, porém, os quais me escuso de referir, levam a um tal estado de espírito que, por vezes, penso ser extremamente abençoado por Deus para conseguir suportar tão imenso fardo.

Sigo à risca o velho ditado que refere que “a roupa suja se lava em casa”. Assim, resta-me tentar serenar e esperar por melhores dias. Aliás, o nosso bom povo afirma que “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe”.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:54

Novembro 14 2018

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De tempos a tempos algo acontece que até parece que todo o mundo depende de nós ou, então, desaba sobre as nossas cabeças. Os afazeres são tantos, originando um ritmo tão avassalador que, à mais pequena faísca, há um desencadear de “incêndios” de proporções dantescas. A paciência esgota-se e os amigos e familiares largam-nos, e com razão, de mão. Culpa de quem? Não sabemos, mas temos raiva a quem sabe.

Não admira, por isso, que nos últimos dias tenha sido involuntariamente bombardeado por uma temática preocupante, i.e., os riscos psicossociais relacionados com o trabalho (intra e extra profissão). O caso não novo, os números é que teimam em crescer e as consequências a tornarem-se cada vez mais irreparáveis.

E quando a mente adoece o corpo é que o paga, com a nítida sensação de perda de produtividade, bem como do correspondente potencial de competitividade. Com o agravante de tal fenómeno surtir como o efeito de uma autêntica bola de neve.

É como se, na prática, todo o trabalho a modos que fosse transferido apenas por uma via sem vasos comunicantes, resultando, sem nos apercebermos, de um enorme stress e um desgaste cumulativo antes, durante e depois de longos dias de trabalho. Assim, não nos admira que Portugal tenha uma das mais elevadas taxas de absentismo por doença e stress laboral, sendo responsável por mais de um terço de todos os novos casos de problemas de saúde.

publicado por Hernani de J. Pereira às 16:10

Outubro 25 2016

Ao contrário de muitas pessoas que conheço, gosto de trabalhar em stress. Detesto águas calmas, as quais, para mim, são, quase sempre, autênticos pântanos. Com isto não quero afirmar que laborar nestas condições seja sempre excelente. Os riscos são conhecidos e por alguns sustos já passei.

A conciliação entre carreira e a família é um desses casos. Tarefa cada vez mais exigente em que, geralmente, a última componente fica sempre a perder. Assumidamente torna-se um problema pela dificuldade crescente em delimitar o tempo dedicado a cada uma das esferas.

Acredito, todavia, que a presente questão se torne mais complicada para as mulheres, tanto mais que a vida familiar para estas é, ainda hoje e na maioria dos casos, mais sobrecarregada. Mas, para além das diferenças associadas ao género, existem outros factores a influenciar quotidianamente os níveis de pressão. O sentimento gerado pela pressão para concluir tarefas ou tomar decisões dentro dos prazos, na maioria dos casos manifestamente insuficientes, é outro agente a causar um grande mau estar.

A questão de estar submetido a um horário não escolhido por si, i.e., a subjugação a algo imposto, a impossibilidade de se ausentarem do local de trabalho, nem sequer por uma hora ou duas, até o caso de ser muito difícil, para não dizer impossível, programar férias conjuntas com os restantes membros da família, tudo isto são causas de uma pressão que leva algumas pessoas – não tão poucas quanto isso – a soçobrarem.

Por isso, não é por acaso que gosto tanto da agricultura. Se tem pressão? Tem. Mas é mais comparado com uma montanha russa, já que apresenta momentos de pico de adrenalina e, simultaneamente, muita instabilidade e incerteza. Porém, e sobretudo, disponho do meu tempo: tanto posso iniciar o dia às 06H00 e apenas trabalhar durante a manhã, como começar pelas 10H00 e ir até à meia-noite. Exemplos não faltam.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:03

Setembro 26 2011

Depressões, stress, esgotamentos e doenças do foro psicológico são a maleitas profissionais do momento. O país assistiu nas últimas décadas a um crescimento explosivo destas patologias. E, apesar de ainda hoje, de acordo com dados oficiais, as doenças músculo-esqueléticas liderarem a tabela das principais causas de absentismo laboral, a manter-se a actual tendência acredita-se que até ao final da década as doenças psicossociais motivarão a grande maioria das baixas.

Por acaso ou não, o DN, na sua edição de hoje, afirmava que, "entre Outubro de 2010 e Janeiro deste ano, foram passados 70 031 atestados a professores, o equivalente a 514 mil dias de baixa. A situação foi detectada pela equipa de Isabel Alçada, a ex-ministra, tendo posteriormente sido aberto um inquérito pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde, tendo, até agora, sido instaurados 19 processos disciplinares pelo Ministério da Educação e um caso vai ser apreciado pela Ordem dos Médicos. A lista das baixas, 413 das quais assinadas pela mesma médica, já foi entregue ao Ministério Público".

Dando de barato que algumas destas baixas foram declaradas sem que houvesse qualquer razão plausível que as justificasse, também não é menos verdade que, a crescente competitividade entre docentes, a arbitrariedade manifestada por muitas direcções de escolas – veja-se a distribuição de serviço, horários e prebendas (projectos, não ocupações, etc.) distribuídas aos afilhados -, bem como a perda de autoridade dos professores que os sucessivos governos e, principalmente, gestões com fraco pulso promoveram, isto para não falar da agudização da crise económica, causaram perigosos indícios de stress e impulsionaram esgotamentos, os quais estão na base desta mudança no cenário das doenças profissionais.

Ora, o caso é tanto mais grave por se saber que o stress é apontado pelos especialistas como um dos principais factores desencadeador de acidentes de trabalho. Por outro lado, não desconhecendo o quanto é difícil a fiscalização destes tipo de enfermidade, travar este problema passa, antes de mais, por o prevenir. É, por isso, fundamental que as organizações em geral e as escolas em particular melhorem a sua tessitura, não bastando afirmarem que cumprem os regulamentos.

publicado por Hernani de J. Pereira às 16:18

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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