O meu ponto de vista

Janeiro 03 2020

Todos os dias dou graças a Deus. Na maior parte logo pela manhã, em muitos à hora do almoço e sempre antes de dormir. Quero dizer que sou um santo ou, pelo menos, um católico cumpridor? Infelizmente não. Longe, muito longe disso. Apenas profundamente convicto da minha fé. Não é por humildade que o declaro, mas por conhecer as minhas culpas. Aliás, não é por acaso, que digo comumente, que sou um simples pecador. Perguntarão: então, apesar sabedor das tuas falhas, não te corriges? E continuarão: a que se fica a dever a eventual incoerência? Ou, não serás como tanto quantos outros que dizem “olhem para o que digo e não para o que faço”?

Estejam descansados que não vou inventar respostas estereotipadas, pré-feitas ou concebidas à medida. A única explicação é que sou humano, ser errante, imperfeito, moldado em mau barro, não pela sua origem, mas pelas circunstâncias que me cadinharam, sempre na disposição de melhorar, pelo menos no plano das primeiras intenções, mas que, a par-e-passo, caio ao menor escolho. Todavia, também tenho a certeza absoluta, sem a menor dúvida, repito, que o mais importante é saber, i.e., ter consciência absoluta que é minha obrigação penitenciar-me, prometer diariamente a emenda e, sobretudo, levantar-me de cada vez que tropeço.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:01

Novembro 19 2010

Nunca, como agora, se ouviu falar tanto de crise. É crise para aqui e para acolá. Existem e se não existem inventam-se. São necessárias crises para todos os gostos e feitios. Não acreditam? Então vejam as seguintes e digam se não se encaixam em, pelo menos, uma delas: crise financeira, civilizacional, educacional, etária, militar, formativa, informativa, etc., etc. Claro que são bem capazes de dizer que tudo se resume a uma crise de valores. Por mim concordo. Contudo, adianto que crises sempre existiram desde os primórdios. Em toda a história das civilizações sempre se produziu a subsistência e posteriormente um excedente, com a finalidade de trocar ou vender e depois disso nunca mais houve sossego. É verdade e vem nos livros e contra factos não há argumentos.

Como é do conhecimento geral, uns mais que outros, o certo é que grupos económicos houve, aos quais os políticos, por conveniência, fecharam os olhos, que acabaram por monopolizar todo o sistema mundial e agora somos obrigados a ouvir, pelo menos cem vezes ao dia, notícias destes ilustres aselhas e as burrices por eles cometidas.

E agora? Serve de algo - desculpem-me os termos menos prosaicos – chorar baba e ranho, escorregar pelas paredes, abraçar os joelhos, pender para um lado ou outro ou assumir a posição fetal?

Bem sei que existem pessoas que fazem isto. Nas suas casas, no emprego, na rua, em suma, onde quer que se encontrem. Talvez não com a totalidade daqueles movimentos físicos, mas com um carácter emocional ainda muito superior.

No fundo, trata-se de nos consciencializarmos de que se trata de uma crise moral, gerada por um individualismo atroz e por atitudes desumanas, sinónimo de uma evangelização proclamada por falsos profetas. E que, o combate a tal assenta, essencialmente, numa luta cuja magnitude de intervenção deve colocar um ponto final num jogo corrompido pela loucura e pela ganância.

Concluindo, pode-se afirmar que as crises são, fundamentalmente, tempos de alternância ou, dito por outras palavras, transcorrido um tempo, o seguinte diferencia-se do anterior. Por isso, estão enganados aqueles que pensam voltar ao patamar inicial após decorrida a presente crise.

O tempo é de mudança!

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:49

Setembro 29 2010

Com a crise e as consequentes medidas de austeridade a dominar o dia-a-dia dos portugueses, há-de haver alguém ou algo – personalidade, acontecimento, etc. - que traga um pouco de luz, cor e magia à vida do comum dos mortais. É que, convenhamos, o mais fácil é perderem a energia e a criatividade!

Agora que o Verão terminou, que Portugal corre o risco de não se apurar para a fase final do Campeonato Europeu de 2012, que os salários serão reduzidos e os impostos aumentados, será que o único consolo é o FC do Porto liderar o campeonato?

Todavia, o leitor perguntará: o que têm todos estes assuntos em comum? A resposta é mais evidente do que possa parecer: o facto de todos eles serem acontecimentos que desmotivam e desesperam milhares de pessoas pelo país. E de uma coisa podemos ter a certeza: existem pessoas com emoções e devoções à flor da pele que, no fundo, as marcam.

A existência de uma “marca”, o seu valor e impacto na vida do cidadão anónimo, é algo que se está a tornar cada vez mais dependente da forma como tal afecta a comunicação com os outros – seja para reforçar/desfazer a relação já existente, seja para criar novos laços. É neste contexto que “alguém ou algo” terá de assumir um papel determinante, porque será a forma mais directa de indicar o caminho aos restantes concidadãos.

A verdade é que desde a Expo 98, dedicada à preservação dos oceanos, Portugal apenas voltou a mobilizar os cidadãos aquando da realização do Euro 2004. É nitidamente pouco e esclarecedor da nossa decadência.

Por estes motivos, e apesar da crise, já não chega caminhar, é necessário correr, e a bom ritmo, para alcançar outros e melhores objectivos, mas com menos custos. É um desafio que é lançado a todos, sendo que a originalidade é palavra de ordem. Isto porque tendo em conta as últimas notícias – espécie de mais do mesmo (não diminuição da despesa pública, redução de ordenados, aumento de impostos e quase extinção das deduções fiscais) - há que ir por outras vias: orçamento mais reduzido e mais valor acrescentado.

Ora, apesar de todas as condicionantes, há que ser optimista e, como digo no início, é absolutamente necessário que surja algum encantamento, pois, de outro modo, corremos o risco de, por tanto cabisbaixos e acabrunhados andarmos, ganharmos algum mal de coluna. Assim, para satisfação e melhor saúde dos portugueses, sugiro, desde já, a demissão de José Sócrates. Ai como encararíamos melhor o dia seguinte se tal acontecesse!

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:31

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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