Declarar que os tempos andam conturbados é, como hoje se costuma dizer, poucochinho. Numa semana registam-se temperaturas na ordem dos 30º ou mais, para na seguinte descerem para metade ou menos, acompanhada de chuva e até granizo nalguns lugares. Até parece que nos últimos tempos entrámos num remoinho que nos retira do chão, eleva-nos aos céus, para a seguir nos deixar cair abruptamente e sem para-quedas.
Então, estas últimas semanas têm sido uma perfeita catástrofe em termos de agricultura. As diferenças climáticas têm propiciado um exponencial aumento de míldio e oídio na vinha. Contudo, as condições climáticas não permitem os respectivos tratamentos. Lá se vai mais uma vindima. Sim, com estas circunstâncias pouco irá restar.
Por outro lado, este tempo de chuva-sol é extraordinário amigo das infestantes. É só caminhar por estes campos para observar como as batatas, o milho, as abóboras, os feijões entre outras culturas se encontram assoberbadas de ervas daninhas, com a agravante de não existir herbicidas selectivos para estas. Quando o tempo melhorar, das duas uma: ou se deixa ao abandono ou a enxada terá que voltar a perder a ferrugem. Só que esta solução é extremamente cara, para além de não existir mão-de-obra suficiente.
Por exemplo, hoje saí, cerca das 14h30, de tractor com vista a atar parras nas vinhas. O vento esgalha-as e para contrariar isso ... Trinta minutos depois começou a chover violentamente durante uma hora. Consequência: apanhei uma molha da cabeça aos pés e … ala para casa. Pouco depois de chegar a casa o sol brotou por entre as nuvens e não voltou a chover.