Tenho a certeza absoluta de que o que escreverei já foi escrito, dito e redito por muitas outras pessoas, a maioria, talvez, mais qualificada para o efeito que este vosso escriba.
Todavia, por muito que a tentação seja redigir sobre outro assunto, isso não invalida que deixe de exprimir também a minha opinião. Vale o que vale, é certo, mas quero que a mesma fique devidamente registada para a posteridade.
A selecção nacional de futebol foi tudo menos uma equipa digna do seu nome. Feira de vaidades, tentativa constante de viver à sombra do melhor do mundo – nada vi de extraordinário -, ideias fixas por certas opções que toda a gente, menos o próprio, viu que eram erradas, nítida falta de preparação física, sonho elevado sem trabalho que o suportasse, brincadeiras em vez de trabalho sério, como foram os jogos constantes de snooker e de ténis, estágio em local cujo clima era muito próximo do de Portugal, sabendo, de antemão, que iriam jogar, não em clima mediterrâneo mas, em autênticos braseiros – vejam o exemplo dos alemães que iniciaram o seu programa de trabalho no inferno da Baía – e sobretudo, manifesta ausência de garra, i.e., vontade de “comer” a relva se necessário.
Por isso, não me venham com desculpas de arbitragem, excesso de calor, pouca sorte e demais pretextos de mau pagador. Paulo Bento foi e é o principal culpado, particularmente pelas péssimas escolhas que fez, do verdadeiro embandeirar em arco, de achar que por ter o nº 1 do mundo, acompanhado de algumas “senhorinhas” e de alguns broncos – recordam-se do caso Pepe? - era mais que suficiente para vencer tudo e todos. Como é óbvio, os jogadores, senão todos, pelo menos a maioria, fizeram da deslocação ao Brasil umas genuínas férias. Aliás, só não os vimos a passear e a tomar uns banhos em Ipanema porque não estavam no Rio de Janeiro, já que trabalho a sério nada se viu.
Ah, já se começa a ouvir quem defenda Paulo Bento, afirmando que este não pode sair como saíram Artur Jorge, Humberto Coelho, António Oliveira e Carlos Queiroz. Como sempre, parecem existir homens intocáveis.
Nunca mais aprendemos que os cemitérios estão cheios de gente insubstituível.