Isto anda tudo louco. Numa altura em que se pede insistentemente que não haja ajuntamentos e/ou concentrações, permite-se estender o primeiro período até ao próximo dia 18, o que leva com haja reuniões de avaliação até ao final do dia 23. Como é evidente, imensos docentes existirão que no dia 24, véspera de Natal, ainda têm documentação para entregar – actas e respectivos anexos, fichas de última hora para preencher, assinaturas, etc., etc.
Pergunto: quando é que estas pessoas terão tempo para fazer compras, ainda que escassas, e preparar a ceia de Natal, mesmo que minimalista? Os centros comerciais vão entupir? Ai vão, vão. Os números da Covid-19 começarão a disparar antes do Natal? Com toda a certeza.
É certo que em Julho, aquando da elaboração do calendário escolar, não se podia prever o estado actual da pandemia. Todavia, para casos excepcionais, medidas extraordinárias. Justificava-se plenamente, desde há semanas, a saída de um despacho declarando o encurtamento do actual período. Por exemplo, as aulas terminariam hoje, dando tempo suficiente para que as avaliações decorressem esta semana. Assim, os docentes e não docentes, bem como os respectivos familiares directos, teriam tempo suficiente para preparar o mais condignamente possível, sem correrias e atropelos, esta tão importante festa familiar.
A Alemanha, com muitos menos casos que nós por 100 000 habitantes, já encerrou as escolas. Mas isso são os alemães que são doidos, responderia o ausente Tiago Rodrigues Brandão.