Comemora-se hoje o 41º aniversário do “25 de Novembro”. Para quem não é desse tempo ou preferiu esquecer recordo que nesse longínquo ano de 1975 caminhávamos, por iniciativa do PCP e grupelhos adjacentes, onde pontificava, entre outros, o ex-MES, para um modelo bolchevique de organização do regime, autoritário, fortemente repressivo, baseado num modelo de partido único e sem liberdade de expressão.
Relembro que nesses tempos – hoje ainda, mas de um modo mais suave e rebuscado – O PCP lutava contra a tradição democrática parlamentar e a pluralidade partidária, sindical e associativa. Estava liminarmente contra a Comunidade Económica Europeia e a NATO. Lutava, apesar dos seus apenas 15% de votos, encarniçadamente a favor da apropriação colectiva dos meios de produção, do controlo operário e da nacionalização das empresas e grupos económicos. A livre iniciativa privada e o mercado eram constantemente colocados em causa, bem como a propriedade privada dos meios de comunicação social.
O golpe militar, comandado pela ala moderada dos militares, onde pontuava Ramalho Eanes, Melo Antunes, Victor Alves, Jaime Neves, entre muitos outros, foi a resposta democrática à deriva iniciada com o “11 de Março” cujas «conquistas» foram ilegítimas, ilegais, forçadas e por vezes violentas.
Por fim, é conveniente não olvidar que o “25 de Novembro” evitou uma guerra civil já que o rumo do país contrariava totalmente os resultados das eleições e, por isso, certamente que as populações, a maior parte dos militares e as instituições teriam reagido fortemente, como aliás já havia sinais claros.