A desfaçatez no mundo da política e do futebol é algo instituído e que já faz parte do ADN dos meandros daqueles. Pouco nos espanta e raramente nos indignamos com as mais vis e torpes práticas provenientes daqueles campos. Todavia, por muito que sintamos continuamente amargos de boca, não deixamos de gostar de política e futebol. Falo por mim, mas estou certo que muitos outros pensam de igual modo.
Se em tempos o FC do Porto alegadamente gozou de algumas regalias e privilégios, algo que em sede própria - leia-se tribunais - nunca se chegou a provar, isso não é motivo para que outros façam ainda pior.
Os processos judiciais – sim, são muitos – em que o Benfica está enterrado até ao pescoço demonstra que nada se aprendeu nas últimas décadas. Bem pelo contrário. Se fizeste mal, então ainda posso fazer pior, é a lógica que comanda os destinos do clube da Luz.
A SAD do Benfica tem a desdita de afirmar que, no caso e-Toupeira, desconhecia todos os actos promovidos por Paulo Gonçalves, assessor jurídico e braço direito de Luís Filipe Vieira, presidente daquela. Ora, alguém acredita que este advogado tenha feito o que fez sem dar conhecimento ao seu chefe directo? Será que nos querem fazer crer que este actuava em roda livre? Que mintam é mau, mas quererem-nos tomar por parvos ou acéfalos é que já é demais!