O meu ponto de vista

Fevereiro 24 2021

Senão todos, pelo menos a esmagadora maioria é pai e/ou mãe. Aliás, mesmo aqueles(as) que o não são sabem que o seguinte é verdade: Os filhos, mas também os netos, passam a vida a contrariar os mais velhos, sejam eles progenitores, avós e/ou outros. É aquilo que se costuma dizer: É a lei da vida.

É um dado adquirido e sem deixar a “coisa” em lume brando, o certo é que contestar sempre, por tudo e a todos os momentos, a maior parte das vezes é pura perda de tempo. Com o passar dos anos a excitação própria da juventude – em mecânica designa-se por vibração – acabará por passar. Não digo em todos e na mesma altura, mas que passa e eles assentam é uma verdade irrefutável.

Hoje-em-dia os professores, os quais fazem e são vistos inúmeras vezes como pais/mães, são motivo de contestação de uma forma veemente e continuada. Não fossem adultos e já experimentados e poder-se-ia dizer que se estava em presença de bullyng. Se o decente diz para fazer de um modo, os alunos tentam, por todas as formas, fazer de outro. Quando no final o resultado é manifestamente mau ou pior, a culpa é do docente: Ou porque não ensinou convenientemente, na versão dos alunos, ou porque não foi persistente – estou a ser benéfico nesta adjectivação – no entender dos pais.

publicado por Hernani de J. Pereira às 14:26

Janeiro 21 2021

Prefiro mil dias de ensino presencial do que um só de ensino à distância (E@D), principalmente no que concerne à avaliação. Já o disse e repito: se a aprendizagem por esta via é altamente deficitária, então a avaliação é tudo menos avaliação.

Todavia, neste momento, não vejo alternativa. O número extraordinário de contágios, bem como o excessivo número de mortes que se registam diariamente, sem esquecer que os serviços de saúde já não conseguem responder minimamente às necessidades, leva-me a mim e à esmagadora maioria dos portugueses a dizerem basta. Por favor, encerrem as escolas. Nem mais um dia.

Mas se digo para fecharem, de imediato, as escolas, também avanço de que devem estar o mínimo de tempo encerradas. Que não aconteça como o ano passado em que apenas reabriram para os alunos sujeitos a exame. Não sei se serão necessários trinta, sessenta ou mais dias para que se achate a curva epidérmica. O que sei, é que não será necessário o encerramento até ao final do ano, pois se assim for é o descalabro completo em termos de ensino para uma geração e, sobretudo, para o futuro do país.

Não nos podemos esquecer que os alunos até aos 12 anos em casa obrigam a pelo menos um dos progenitores a também ficar em casa, cujo salário terá de ser pago sem que produza o que quer que seja.

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:37

Março 19 2020

Bem sabemos que vivemos tempos extremamente difíceis. Se até aqui todos ou quase todos concordam, o problema levanta-se o que fazer com os filhos, principalmente aqueles que se encontram em idade escolar.

Pais existem que apenas estão preocupados com a protecção dos seus descendentes, enquanto outros pressionam e muito as escolas para que estes tenham mais e mais materiais de estudo. Assim, no seguimento do meu texto de ontem, confirmo não existir professor que não se sinta “apertado” para usar as mais variadas ferramentas com vista a que os seus alunos “acompanhem” a leccionação dos conteúdos em falta.

Ora, como o correio electrónico e/ou outros meios suportam o envio dos mais diversos materiais, toca a encher os “putos” e os mais crescidos com resmas de páginas em pdf, word, excelpowerpoint, entre outros. Depois toca a “chatear” os pais – espero que somente estes – para o envio dos trabalhos feitos, através das imensas plataformas, as quais muito poucos dominam. E, os mais crescidos, num verdadeiro espírito colaborativo – bem, não era precisamente disto que estávamos à espera? – resolvem os testes em conjunto. As redes sociais servem para alguma coisa!

Como já alguém disse, não tardará muito para que os pais suspirem pelas aulas e comecem a dar o verdadeiro valor aos professores.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:43

Setembro 16 2019

Se tudo correr conforme o planeado, hoje foi o primeiro dia dos últimos dois anos de aulas. Inicio já cansado o que não é bom augúrio. Longe vai o tempo em que estes primeiros dias de aulas eram preenchidíssimos e cheios de calor e, porque não dizê-lo, até com algum glamour. O contacto com os alunos que nos chegavam, sobretudo aqueles que até nós se dirigiam pela primeira vez, a palavra amiga dos pais e encarregados de educação, os últimos pormenores tratados com desvelo com os colegas e pessoal não docente, tudo servia para encher o peito e proclamar que “a luta é difícil mas a vitória é certa”.

Muita água passou debaixo das pontes e como o tempo não volta para trás, resta a nostalgia. Não sou daqueles, já o disse imensas vezes, que se voltasse atrás faria tudo igual. Bem pelo contrário. Tantas e tantas coisas que faria completamente diferente. Tantos factos, eventos e atitudes que enfrentaria de outro modo.

Hoje, com gosto, mas já com algum esforço é que lá vou. Os anos não perdoam e a vida tem sido - perdoem-me talvez o excesso de humildade - madrasta. E se aparento algum queixume, não é propositadamente, pois bem sei que aqueles que sofreram e sofrem mais que eu são em maior número que o contrário.

Entretanto, bom ano para todos os colegas e principalmente para os meus alunos.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:34

Outubro 11 2018

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Serão muitos raros os professores que nunca se queixaram do uso dos telemóveis por parte dos discentes. A esmagadora maioria afirma que não suporta tal “praga” e que é quase impossível dar, hoje-em-dia, uma aula em condições mínimas, sobretudo por causa do abuso na utilização daquela tecnologia.

Como muitas outras invenções, o telemóvel é também uma ferramenta extraordinária. Quando usado com conta peso e medida é de utilidade assombrosa. O problema coloca-se em processos de adição, os quais podem ter consequências nefastas em termos pessoais e de relacionamento social.

A verdade é que a dependência destas novas tecnologias assume-se como um distúrbio comportamental que leva o indivíduo a passar para segundo plano todas as suas responsabilidades pessoais, familiares, sociais e profissionais. Este é um problema já identificado e que tem vindo a merecer cada vez mais a atenção por o mundo fora.

A preocupação constante de estar on-line, mentir sobre o tempo passado na internet e sobre o tipo de conteúdos visualizados, dores musculares e na coluna, aumento de peso, perda de sono, isolamento, carência de hábitos de socialização e de higiene pessoal são alguns sinais de que algo poderá não estar bem.

As pessoas dependentes da internet, sobretudo das redes sociais, tendem a utilizá-las para compensar e aliviar tensão e a depressão, preferindo o prazer temporário obtidos através de relações virtuais a relações emocionais mais significativas.

Daí o chamar a atenção dos pais, uma vez que esta questão não diz respeito apenas à sala de aula. Se aqueles permitirem, por exemplo, que o telemóvel faça parte da mesa tal como o prato, então não existe escola que resista por mais atractiva que seja. 

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:18

Janeiro 26 2018

É uma verdade insofismável. A banalidade com que, infelizmente, encaramos a má educação, a falta de civismo, a imoralidade e a ausência de ética – não serão estes adjectivos todos sinónimos? -  é, com a toda a certeza, fruto da relativização que ao longo das últimas décadas fomos ouvindo e, deste modo, formatados. Quem nunca ouviu alguém dizer que esta ou aquela expressão, atitude é ou não é abjecta, dependendo das circunstâncias e do lugar? Pois é, quando relativizamos algo, sobretudo perante crianças e jovens em processo de maturação, os quais, como é óbvio, possuem apenas um poder diminuto de discernimento, estamos a dar-lhes um sinal errado.

Neste âmbito, prefiro pecar por exagero. Tudo o que é palavrão, ausência de comportamento adequado perante os outros, independentemente do lugar ou da assistência, carência de bons propósitos perante a família, escola e sociedade em geral é de reprovar desde a mais tenra idade. E não me venham dizer que uma criança com dois ou três anos é uma “gracinha” ao bater num adulto. Muito menos é engraçada ao linguarejar uns palavrões. De pequenino é que se torce o pepino.

De modo algum, se pode observar a má educação e virar a cara para o lado. Por as famílias não encararem este gravíssimo problema é que estamos no nível educacional que estamos. Só um exemplo: se as famílias não permitissem a colocação e, sobretudo, o uso do telemóvel à mesa, os nossos jovens não forçariam, como o fazem, indistintamente a utilização destes nas salas de aula e não só.

Aliás, digo mais: no que me concerne, estou cansado de aturar jovens com 18, 19, 20 anos ou mais sem o mínimo de saber estar e ser. Não sabem falar e muito menos ouvir um adulto, não sabem estar sentados, não sabem ver o que quer que seja sem proferir um comentário, seja ele ou não assertivo, tenham ou não autorização a fazê-lo, não sabem reflectir, ou seja, abrem a boca quando lhes dá na “real gana” e, por isso, não é de estranhar que 90% das vezes saia asneira. Ah, não protesto pela ausência de conhecimentos da língua de Camões, de Matemática, de Mecânica ou outras matérias. Queixo-me, sim, da falta de educação ao nível mais básico.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:10

Setembro 27 2017

As aulas recomeçaram recentemente e com isso um misto de emoções sobressaltou todos aqueles que de mais perto lidam com tudo o que respeita ao ensino, quer sejam alunos, docentes, pais e comunidades envolventes.

É todo um tempo carregado de emoções. A obrigação de retomar horários mais rígidos, o conhecer nova escola, outros colegas e, sobretudo, professores são factores de enorme stresse. Será que sou capaz de corresponder às expectativas que tantos depositam em mim? Esta e muitas outras perguntas, mais ou menos similares, são mais difíceis de responder pelos mais novos. Contudo, todos são afectados.

Aliás, a ansiedade própria desta época pode instalar-se entre a família inteira e, não raras vezes, impede e esconde a alegria de reencontrar os amigos, o gosto de aprender coisas novas e tudo o resto que há de mais significativo na vida de um estudante. É impossível que os pais e os docentes tenham todas as respostas para as questões, que nestes primeiros dias, são levantadas, mas há sempre uma atitude positiva de reforço que pode e deve ajudar aqueles.

Conversar e acompanhar o dia-a-dia, ouvi-los e não somente dar-lhes conselhos contribui de forma exponencial para que os seus descendentes/alunos encontrem o lugar certo nesta nova e tão importante fase da sua vida.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:55

Fevereiro 14 2011

Nos dias que correm, ouvem-se, com alguma angústia, os relatos de solidão que os nossos mais idosos sentem. A morte de alguns destes, pelo mais completo abandono, aí está a despertar as nossas consciências. O esquecimento dos familiares, sejam eles mais ou menos directos, é confrangedor e revela muito dos valores actualmente cultivados pela nossa sociedade.

O respeito cívico pelos mais velhos, a admiração perante o seu saber, o acolhimento da sua palavra, mesmo quando esta é pausada ou até mesmo arrastada, a reverência – sim, e porque não? - perante os cabelos brancos, é algo que todos os dias se perde e, ainda por cima, de modo exponencial. Culpados? Todos sem excepção, começando por nós, os de meia idade, pois na tentativa de agradarmos às gerações mais novas, tudo permitimos. Pais ou educadores que, hoje em dia, gritem ou dêem uma palmada – oh, sacrilégio, dos sacrilégios – são postergados para uma classificação pior que a ralé da ralé.

Por tudo isto, mas também face à recordação dos meus antecessores, infelizmente, já não entre nós, atrevo-me a neste dia especial – Dia de S. Valentim - escrever sobre a sua vivência.

É também uma forma de homenagear todos os namorados que souberam e sabem respeitar a os pais.

A casa, por exemplo, ainda de pé, porém, periclitante, uma vez que a ausência de pessoas é o caminho mais curto para a sua degradação, faz-me reviver os meus tempos de afirmação e de formação do homem que sou hoje.

Era muito mais que um espaço agradável. Era um lugar inolvidável. Desde o início, pensado e executado para facilitar ao máximo a vida dos outros. Aliás, a recepção e o acolhimento destes sempre foi apanágio de bem-estar.

Por se tratar de local com alguma circulação de pessoas, onde se verificava uma grande identificação com o “público”, lamento apenas que, agora, não se criem as condições necessárias para que o contacto continue a desenvolver-se com o cuidado e a calma que merece. Todavia, outros valores, infelizmente, não por mim comandados, se levantam.

Por ali jamais me perdi. Também não admira. Tratava-se e trata-se ainda de de um luxo de quem sabe que estava e, de certo modo, ainda está no lugar certo na hora certa, mesmo que tenha somado etapas atrás de etapas de verdadeiro pioneirismo. O contínuo acompanhamento fez o resto.

Nunca o verdadeiro enfoque foi perdido de vista. Por isso, desde sempre se registou um préstimo junto de quem procurava o início e o fim da jornada, ao mesmo tempo que se proporcionava a implantação de projectos onde as comodidades eram, na medida do possível, garantias de futuro.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:48

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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