Hoje, na prática, deixámos de conversar, falar ou de usar outro verbo semelhante. Presentemente comunicamos. Seja por email, SMS, MMS, ou outros meios que o mundo digital coloca diariamente ao nosso dispor. Por isso, não nos admiramos de ouvir o colega, o vizinho, o amigo ou mesmo o familiar dizer que vai enviar a fulano ou beltrano uma mensagem, um email ou contacta por FB ou outra rede social qualquer. Estranhamos, sim, é quando ouvimos alguém declarar que mais logo, amanhã ou quando a encontrar falará com certa pessoa.
Contudo, regularmente surgem alertas, mais ou menos dramáticos sobre os malefícios do uso quase sistemático destes instrumentos mágicos que tornaram possível comunicar sem limites, através de fios invisíveis, no mágico universo das TIC.
Não digo que tudo isto é triste, tudo isto é trágico, como se ouve num conhecido fado, mas que a dimensão do espaço humano que o mundo electrónico já conquistou tem custos psicológicos, os quais se reflectem no trabalho e nas famílias, destruindo lentamente a grandeza mais nobre da comunicação, i.e., o contacto humano, não tenho a menor dúvida.
Diz-se, com graça ou sem ela, que antigamente quando se chegava a casa de alguém se indagava pela família, pelos afazeres do dia-a-dia, entre outras abordagens. Hoje, porém, pergunta-se pela chave de acesso à rede de wireless. Sintomático!