Imaginem que eram donos de uma empresa e tinham determinado número de motoristas. Firma que, devido à conjuntura e algo comum à maioria das suas congéneres, passava por certas, para não dizer muitas, dificuldades financeiras. Até aqui, nada de inexplicável ou, como costumo amiúde dizer, a “oeste nada de novo”, roubando o título a um famoso livro do já falecido Erich Maria Remarque.
A incompreensão, porém, surge quando, por exemplo, diz a um dos seus motoristas:
- Zé, hoje de manhã, como o número de entregas não justifica a saída, vai limpar e lavar a carrinha.
E, este, com toda ou sem nenhuma bonomia estampada no seu rosto, responde:
- Desculpe, mas sou motorista e não lavador de carros. Por isso, se quiser que faça este serviço terá de me pagar, mensalmente, um subsídio de 43 euros.
Acrescentando, sem o deixar sequer abrir a boca, logo a seguir:
- Aliás, não estou a pedir nada de mais. Veja o caso dos motoristas do Estado. Por acaso, não leu a notícia que vem no Público de hoje?
O desenrolar do resto da história deixo ao critério dos meus caros leitores. Todavia, faço notar que não custa imaginar o seu “the end”.