São milhares de milhões de euros e nós, pelo menos a maioria, continuamos impávidos e serenos, diria até adormecidos. Enquanto esperamos o anúncio da morte anunciada de mais um banco, ficamos a saber que vamos, de imediato, financiar outro. Somos, na verdade, um povo de brandos costumes e, por isso, lá acabaremos por o fazer, assim como em compasso de espera até virem as próximas sanções dos nossos credores, senão mesmo de um novo resgate. Então, só na banca tem sido uma sangria descomunal!
Em termos financeiros são números. Todavia são números com rosto e com vida própria, sobretudo daqueles que mais directamente sofrem com a crise económica, que, ao contrário do que se apregoa aos quatro ventos, continua a vergastar tantos e tantos portugueses.
É um facto que os media falam mais dos problemas económicos que dos sociais, esquecendo que um deriva do outro e vice-versa. Por exemplo, porque é que no serviço público não existe assim como uma pirâmide de Maslow? Na base, estariam as necessidades primárias como o emprego, saúde, habitação e educação – a ordem é arbitrária. Satisfeitas estas, passávamos ao patamar seguinte e, então, já nos poderíamos “dar ao luxo” de investir dinheiro em tantas outras coisas.