Como outro dia aqui escrevi, nota-se, hoje em dia, a transmissão de uma mensagem clara e forte por parte da justiça de que o crime de prevaricação e o tráfico de influências por parte de titular de cargo político deixa de ficar impune.
O outro dia foi Armando Vara e a família Penedos. Hoje, a ex-Ministra da Educação do governo de Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues (MLR), foi condenada a três anos e seis meses de prisão, tendo esta sido suspensa na condição de indemnizar o Estado em 30 mil euros, num processo em que estava em causa a adjudicação directa ao gabinete do advogado João Pedroso, irmão do ex-ministro socialista Paulo Pedroso, da elaboração de uma base de dados da legislação daquele ministério.
Ora, tanto Vara como agora MLR, de forma enviesada, acham que se trata de perseguição política – há falta de outros argumentos credíveis, este é o que melhor se adapta à opinião publicada.
Por outro lado - e não havendo nenhuma novidade nesta postura -, sempre disseram e continuam a dizer que “estão de consciência tranquila”. Já agora, cumpre (re)afirmar que as cadeias, segundo a esmagadora maioria dos presos, estão cheias de inocentes e de pessoas acima de qualquer suspeita.