Jesus Cristo apregoou que a repartição do que se tem a mais pelos necessitados e marginalizados da sociedade é um imperativo de vida. Robim dos Bosques vendo que aqueles que tinham mais posses nada distribuíam pelos que nada tinham, bem pelo contrário, decidiu “roubar” aqueles para dar a estes.

Este governo, porém, invertendo por completo a lógica social, i.e., em que os ricos devem pagar para os mais pobres, decidiu distribuir por todos. Passo a explicar: os impostos, na sua esmagadora maioria pagos pelos que mais têm – por exemplo, 11 % dos portugueses pagam cerca de 75 % do IRS arrecadado – servem, de entre outras coisas, para oferecer manuais escolares a todos os alunos do 1º Ciclo, quer aqueles que tenham imensas posses, quer aos que não tenham sequer um teto para viver.

Os autarcas, estando em plena campanha eleitoral, não podiam ficar atrás na onda populista e toca de ofereceram os cadernos de actividades igualmente a todos os alunos.

Assim, para que serve a Acção Social Escolar?

Hoje em dia quase não existe câmara municipal que não forneça gratuitamente os manuais escolares a todos os alunos do 1º Ciclo. O governo, por sua vez, vem propor, a nível do Orçamento de Estado para 2017, que o financiamento seja alargado a todas as crianças que frequentam aquele nível de ensino.

Ora, sabendo que tal como não se pode retirar por igual a todos, também o mesmo raciocínio deve ser aplicado quando se dá. Aliás, ao proceder daquele modo, tal configura uma gritante injustiça, uma vez que se vai buscar aos impostos - pagos por todos de acordo com os seus rendimentos – para dar, de uma forma cega, a quem necessita e a quem não necessita. Resumindo, os menos afortunados pagam, mesmo que de uma forma diminuta, para os mais ricos.

Em boa verdade, existem crianças às quais, obrigatoriamente, se devem fornecer gratuitamente todo o material escolar, bem como as refeições, algo que sempre se fez e está contemplado na Acção Social Escolar. Outra coisa, porém, é estender este benefício a toda a população indiscriminadamente.

Mais uma medida populista e demagógica, típica de uma deriva pró-sovietização.