Contam-se pelos dedos de uma mão os que, no actual contexto, se encontram satisfeitos. Uns, apesar de se encontrarem bem instalados, têm receio de perder as regalias; outros, uma vez que se encontram de mal com a vida, anseiam - alguns desesperadamente, mas sem deixar de ser legítimo - diferente patamar.
Nesta ordem de ideias, a maioria anseia estar integrado em suportes robustos e permanentes que permitam enfrentar com eficiência o presente e programar detalhadamente a sua velhice, isto é, agregar e, por fim, consolidar as boas vontades que semeou.
Como é evidente, muitos descuraram a geração de mais-valias, não processaram eficientemente os talentos que detinham e, pouco ou nada, conceberam que faça “circular” o futuro. E, para mal dos nossos pecados, foram estes que mais lucraram com o pântano em que, pouco a pouco, nos fomos afundando.
O futuro é algo que tem de ser encarado com antecipação e muito rigor, pois, quer queiramos quer não, encontramo-nos numa situação em as responsabilidades individuais e colectivas são elevadíssimas. Entre tantas outras, há que ter em conta:
- a política, particularmente no que respeita à resposta eficaz no plano dos níveis de serviço prestados;
- a social, disponibilizando a toda a sociedade e em igualdades de circunstâncias o acesso ao bem-estar;
- a económica, no que concerne à optimização da rentabilização dos recursos humanos usados e dos investimentos realizados em infra-estruturas tecnológicas de apoio;
- a financeira, sobretudo no que diz respeito à negociação e gestão do que consumimos.
No fundo, já que somos nós a escolher o nosso futuro, o modelo governamental por nós aprovado – sim, sim, não me enganei, pois, politicamente, ainda somos donos dos votos – deve permitir o acesso atempado a informação fidedigna. Assim, ao contrário do que apregoa José Sócrates, estas eleições devem desenrolar-se sem mentiras, populismos avulsos ou demagogia, de modo a que possamos analisar as propostas com rigor e tomar decisões em tempo útil.