Ontem, ao visualizar, novamente, umas fotos tiradas há seis anos, recordei-me de uma visita inolvidável pelo Nordeste Transmontano. Sei que foi nos finais de Setembro, numa época em que o calor ainda se fazia sentir com alguma intensidade. Dizem os entendidos que esta é a melhor altura para visitar a região. A luz varia muito durante o dia, permitindo observações diferentes, mas sempre maravilhosas.
Relembrei paisagens deslumbrantes, onde o rio até atordoa, pelo declive das margens e as curvas apertadas que se sucedem. Cravado nas montanhas, é o terceiro maior da península Ibérica. Nas encostas a pique, que marcam indelevelmente a paisagem, encontramos as uvas mais preciosas, ou seja, nas vinhas em socalco, entre o xisto omnipresente. É o petróleo daquela terra: o Vinho do Porto, um dos melhores do mundo.
Por mais barragens e auto-estradas, este continua a ser um meio rural, que entra em rebuliço na época das vindimas, e de rituais, como as romarias. Território de gente franca e generosa, que vive em comunhão com a terra e a natureza. Assim é o Douro.
Rememorei, também, alguma da excelente gastronomia. Por exemplo, n’O Castas & Pratos, localizado junto dos antigos armazéns da CP de Peso da Régua, jantámos num dos dias. Degustámos um bacalhau em crosta de amêndoa de Vila Flor e presunto de Lamego, sobre brandade de bacalhau e camarão. Simplesmente delicioso. A acompanhar, de entre 700 escolhas – autêntica carta do Deus Dionísio -, veio D. Carla, tinto Douro, selecção de 2006.
E tu, que foste companheira, amante e amiga, o que sentes quando tudo isto perpassa pela tua mente?