O meu ponto de vista

Setembro 01 2016

Fim de um ciclo. Início de outro. E apesar de todas as notícias que nos invadem diariamente relacionadas com corrupção, tráfico de influências, cultura de morte e outros que tais, dou por mim, neste início de mais um ano escolar, a reflectir acerca dos valores que gosto e preciso de ver – e, já agora, espelhar –, i.e., naqueles que considero fundamentais.

Assim, faço votos que aqueles sejam alegres na esperança, pacientes na atribulação e perseverantes na afirmação. Bem sei que, por vezes, a esperança ficará tão sobressaltada e inquieta com os exemplos diários que a dúvida se há-de instalar. Nessa altura espero ter o discernimento para entre a ética, a moral e a legalidade escolher assertivamente o melhor caminho que reaviva a esperança. Principalmente naqueles que, porque assim o quiseram, se colocaram no poder.

Durante os próximos 365 dias, em todos os âmbitos do dia-a-dia, lembrar-me-ei, com toda a certeza, para o bem ou para o mal, de algumas frases lapidares, tais como “se um líder tem todas as qualidades, mas não desperta confiança, é porque lhe falta alma de liderança”, ou “qualquer dirigente sensato teria uma forte motivação para investir no desenvolvimento da confiança se esta se pudesse comprar na farmácia da esquina”.

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:03

Março 21 2016

Não tenho fórmulas mágicas para gerir o que quer que seja. É, porém, este pressuposto que encerra a beleza da actividade. Entre a engenharia mecânica e os recursos humanos há muito mais semelhanças do que possa. Em ambos os casos trata-se de colocar as peças certas no lugar certo para levar a engrenagem a funcionar e a cumprir uma missão.

Por melhor preparado que me sinta e por mais confiante que esteja, nada é infalível e mesmo outros com mais experiência cedem à tentação de perguntar o que não devem. Possuo resiliência, capacidade de liderança, criatividade e espírito de inovação, mas também de habilidade de planeamento e análise estratégica? Claro que sim, responderão a maioria de nós.

Contudo, devo estar consciente de que não existem vitórias consecutivas. Mais: não existe ninguém que consiga crescer sucessivamente sem sofrer qualquer derrota ou ciclo negativo. Os excessos são sempre corrigidos, sejam eles a ganância, a mentira, a arrogância ou o poder.

Existe uma série de paradoxos dos tempos modernos. A prática ensina-nos que a cada acção sucede uma reacção e que o mais difícil desafio passa pelo equilíbrio entre as forças positivas e negativas que, em movimento contínuo, descrevem os nossos ciclos de vida.

A minha vida, como é público, não foi e não é feita através de fórmulas perfeitas. Há muito erro pelo meio, mas também muita tentativa de evolução e melhoria a cada dia.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:40

Março 13 2016

Imensas vezes somos confrontadas quando perguntamos porquê, com respostas do género “porque eu disse, porque sim, porque eu quero e porque sei que este é o caminho”. As justificações sucedem-se. Tudo porque queremos que façam o que decidimos, porque sabemos o que está certo ou sentimos que essa deve ser a forma de fazer. Ou, dito de outro modo, porque sou pai, porque sou mais velho, porque sou o chefe.

A gestão de pessoas, a sua liderança e inspiração nunca se baseiam num título, função ou estatuto. Não se extingue numa resposta curta, sem envolver ou ouvir outras pessoas.

Há sempre um “porquê”, e mesmo demorando mais tempo, é obrigatório partilhar esta justificação, dar a conhecer o que motiva a decisão. Não existirá outro caminho? Sim, podemos simplesmente mudar as pessoas, arranjando novas caras e começando tudo de princípio. Um caminho que parece mais fácil, mas que não é necessariamente a solução e que não implica a falta de justificações.

Alguém vai querer saber o porquê, vão perguntar e vão duvidar. Porque as pessoas aprendem, porque têm valor e porque podem existir motivos para hoje não estarem a seguir o caminho, mas estão prontas a mudar.

Se o que até agora escrevi tem alguma semelhança com o que se tem passado algures, aqui bem perto, podem crer, não é mera coincidência. É a realidade nua e crua.

Nada mais natural do que querer mudar. Queremos fazer diferente e de um modo mais assertivo. Mas, antes de trocar as pessoas olhemos primeiro para os processos, tendo em linha de conta a comunicação e encontrando a coesão na diferença, criando equipas de trabalho transversais para que o modus operandi mude e assim exista verdadeira mudança.

publicado por Hernani de J. Pereira às 00:14

Outubro 16 2015

Tem-se falado muitíssimo, nos últimos dias, quem deveria tomar a liderança para a formação de governo. O PS acusa a coligação PSD/CDS de, deslumbrada com a sua pequena vitória, não ter encetado, de imediato, as negociações para um apoio, ainda que caso a caso, dando aso ao sonho (!!!) de partido charneira do actual quadro parlamentar, e assim tomasse a dianteira.

Se antes a liderança parlamentar era frequentemente considerada como uma mera função de suporte, hoje a posição ganhou, como é óbvio, um destaque estratégico, mercê dos resultados eleitorais. Todavia, os líderes partidários esquecem-se, infelizmente muitas vezes, que estão a lidar com múltiplos desafios, os quais incluem a sua contribuição na estratégia do desenvolvimento do país, o que é, sem dúvida, o mais interessante na óptica do cidadão comum.

Afinal, as decisões tomadas pelos líderes partidários, para além dos sound bits debitados para alimentar diariamente uma comunicação social estratificada e sem ideias próprias, podem e devem definir o sucesso do país. O seu crescente envolvimento em reuniões tão decisivas, como, por exemplo, a Comunidade Europeia, extravasa imenso o que era pensável ainda há poucos anos.

Assumir responsabilidades pela gestão da causa pública, sem estar viciado a cargos, deve criar laços mais estreitos com o cidadão, para além de manter uma posição de grande confiança e influência. Estou certo que, com estas mudanças, não só em mente mas, sobretudo, fazendo delas prática quotidiana, em última análise a noção que o povo tem dos políticos altera-se radicalmente.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:55

Janeiro 02 2015

Infelizmente continuamos em tempos de vacas magras, apesar dos centros comerciais estarem a rebentar pelas costuras, de tal modo que, em determinadas horas, é impossível arranjar um lugar para estacionar.

E a continuação do contexto de adversidade obriga os líderes a criarem novos paradigmas na condução diária das suas organizações. Contudo, perguntar-se-á: estarão os portugueses na rota certa?

De acordo com estudos, o comportamento de um líder influencia a motivação das equipas em 30%. Abro um parêntesis para chamar a atenção que líder não é apenas o topo da pirâmide de uma organização, já que as chefias intermédias, à sua escala, também são líderes. Voltando ao cerne da questão, os portugueses são, por natureza, capazes de delegar e orientar, mas enquanto líderes tendem, à medida que o tempo passa, a assumir o palco e, simultaneamente, a serem tolerantes com os erros dos outros. Uma contradição, à primeira vista, insanável e que tem dado maus resultados.

Todavia, manda a verdade dizer, que preferimos o mando tolerante, chegando ao limite do “deixa andar”, com o argumento que todos somos responsáveis – mentira descaradíssima -, do que o controle, o rigor e, sobretudo, a disciplina. Este clima ameno faz-nos serenos, pelo menos nos deveres, já que quanto aos direitos somos os primeiros a reivindicar.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:14

Novembro 16 2011

Uns mais que outros, é certo, mas todos gostamos de liderar. Todavia, liderar não é para qualquer um. Alguns, nem a própria vida sabem dirigir, quanto mais uma organização por mais pequena que seja. E, apesar de, como em tudo na vida, ser necessário possuir algum talento nato, a liderança estuda-se e, como é óbvio, também se aprende.

Para ilustrar tal, e assumindo que qualquer um dos meus leitores já andou de táxi, proponho que imaginem a cena seguinte. Ao entrar no táxi, a primeira pergunta que, naturalmente, o motorista lhe fará é para onde quer que o leve. Como é óbvio, não responderá que não o leve à igreja X pois ainda ontem lá esteve, que o não conduza até ao centro comercial Y uma vez que está saturado de tanto lá ir, que não o transporte até à estação Z já que não pretende apanhar qualquer comboio, entre tantas outras respostas. O que dirá é: “leve-me ao local XPTO”. E qual a razão para assim responder? Simplesmente, por que sabe muito bem para onde quer ir.

Ora, o que acontece imensas vezes é o líder, por não saber muito bem para onde quer ir, utilizar como estratégia a fuga para a frente ou, pior, na ausência de qualquer plano, insistir em mais do mesmo. Quanto muito, e nem sempre assim é, sabe que não quer ir por aqui ou por ali, mas desconhece para onde quer ir. Amiúde, tanto lhe faz este ou aquele caminho, pois apenas pretende passar entre os pingos da chuva. No fundo, trata-se de uma ausência de visão.

Claro que, por vezes, esta forma de agir é útil, o que não quer dizer que seja correcta, bem pelo contrário. Contudo, leva, quase sempre, a situações irremediáveis, quais becos sem saída, como acontece quando, em viagem, antecipadamente não “estudámos” o local ideal para almoçar. E quando a fome aperta “enfiamo-nos” na primeira tasca – sem desprimor para algumas onde se come muito bem – com as consequências que todos sabemos.

Por isso, o líder deve saber sempre quais os caminhos que não deve trilhar e, sobretudo, deve conhecer os objectivos que quer alcançar, bem como ter a nítida certeza de como os conseguir.

E tal como disse Séneca nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir, também eu, sem, de modo algum, me querer comparar a este grande filósofo grego, acrescento que toda a mudança de rumo é desejável. É que, parafraseando Sérgio Godinho, para mal já basta assim.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:54

Setembro 29 2011

Talentos! Quem os tem chama-lhes seus e, muitas vezes, pensa que só ele os tem. Oh, glória vã! Oh, insana vaidade! Estando provado que muitos de nós de talentos temos pouco, a verdade é que todos achamos que as organizações, sejam elas privadas ou públicas, deveriam aumentar exponencialmente a sua competição através de recrutamento de pessoas talentosas. Isto serve para todos os cargos, desde o mais simples colaborador ao dirigente máximo.

E, sobre isto, dois factores estão na ordem do dia. Por um lado, as alterações demográficas - na velha Europa devem-se, essencialmente, a motivos egoístas – com o consequente envelhecimento da sociedade; e por outro, a recessão e os layoffs, bem como as reorganizações que obrigatoriamente provocam, levam a um não comprometimento sobre a disponibilidade de recrutamento de novos talentos. Quem, neste momento, tem um cargo de liderança, por mais insignificante que seja, agarra-se a ele, como o nosso bom povo costuma dizer, com unhas e dentes.

Contudo, o mais engraçado, ou talvez não, é que o recrutamento de talentos não pode ser uma ferramenta cega e muito menos enviesada. Aliás, não é por acaso que na maior parte das nossas organizações – falo principalmente das escolares, pois são essas que melhor conheço – as lideranças se mantêm, quase que poderíamos dizer, há séculos. Claro que o facto se explica, por muito estranho que possa parecer a quem não está por dentro da engrenagem, sobretudo pela ausência de liderança.

É exactamente essa (des)governação feita ao sabor dos dias, navegando apenas na espuma das ondas, sem uma estratégia a médio e a longo prazo, tentando agradar a “gregos e a troianos”, que, afinal, dita a sua continuidade.

Ora, apesar de, nos últimos anos, o país tanto ter mudado e, sobretudo, o paradigma da educação ter sofrido tantas e tantas alterações, neste campo pouco ou nada se reformou. E é pena!

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:32

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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