Não sendo grande fã de Nicholas Sparks, eis a capa do livro, oferecido há cerca de quatro anos e desde aí abandonado nas minhas estantes, que (re)comecei a ler.
Não sendo grande fã de Nicholas Sparks, eis a capa do livro, oferecido há cerca de quatro anos e desde aí abandonado nas minhas estantes, que (re)comecei a ler.
Para fugir à rotina do “ sempre perto” e “hoje não dá”, há cerca de vinte anos rumei ao Algarve. Por estas bandas, na primeira quinzena de Agosto, me refúgio, desde então, recarregando as “baterias”. A vantagem é de usufruir diariamente de sol, de mar ameno e quente – bem, tem anos – e, sobretudo, não poder argumentar com “hoje não se vai à praia, pois existe milho para regar, abóboras para apanhar, olival para fresar", isto para só citar algumas das muitas tarefas que a agricultura é pródiga. Depois de rumar ao sul, tudo fica para trás.
Todavia, sempre que posso regresso à mininha praia de infância. Foi o que aconteceu hoje e como já estamos em Setembro, local para estacionar não faltou. Dia de forte calor, com pouca gente, deu para usufruir de um belo dia de praia. Lido o Público, fui almoçar ao Arrais uma caldeirada à fragateiro. Sem deslumbrar, não desmereceu: bom peixe e bem confeccionado. De tarde, para além de concluir a leitura do Tatuador de Auschwitz, de Heather Morris, livro que recomendo, consegui, num mar quase chão, dar dois mergulhos.
Para o ano prometo voltar. Apenas um senão: o Gaucha encerrou e por isso já não é possível saborear o seu excelente bacalhau.
P.S. – Em meu redor não vi ninguém a ler um jornal e/ou um livro. Simplesmente lamentável
Por que é que as mulheres demoram tanto tempo quando vão à casa de banho? O grande segredo de todas as mulheres a respeito da casa de banho é que, quando eram pequenas, as suas mães levavam-nas ao WC, ensinavam-nas a limpar o tampo da sanita com papel higiénico e depois punham tiras de papel cuidadosamente no perímetro da sanita. Finalmente instruíam: "nunca, mas nunca, te sentes numa casa de banho pública!" E depois ensinavam-lhes a "posição", que consiste em balançarem-se sobre a sanita numa posição de sentarem-se sem que o teu corpo tenha contacto com o tampo.
"A posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, importante e necessária, que nos acompanha para o resto da vida. Mas ainda hoje, nos nossos anos de maioridade, "a posição" é dolorosamente difícil de manter, sobretudo quando a tua bexiga está quase a rebentar. Quando *TENS* de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila enorme de mulheres que está lá dentro. Por isso, resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de “tou aqui tou-me a mijar!”. Finalmente é a tua vez!
E chega a típica "mãe com a menina que não aguenta mais” (a minha filhota já não aguenta mais, desculpem, vou passar à frente, que pena!). Então, verificas por baixo de cada cubículo para ver se não há pernas. Estão todos ocupados.
Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a pessoa que ainda está a sair. Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre!); não importa… Procuras pendurar a mala no gancho que há na porta… QUAAAAAL GANCHO? Nunca há gancho! Inspeccionas a zona, o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos, e não te atreves a pousá-la. Por isso penduras a mala no pescoço enquanto vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça te desarticula o pescoço, uma vez que está cheia de coisinhas que foste metendo lá para dentro, durante 5 meses seguidos, a maioria das quais não usas, mas que tens no caso de…
Mas, voltando à porta… como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças num instante e pões-te “na posição”… AAAAHHHHHH… finalmente, que alívio… mas é aí que as tuas coxas começam a tremer… porque nisto tudo já estás suspensa no ar há dois minutos, com as pernas flectidas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um braço estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a fender-te o pescoço!
Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar a sanita nem a tapaste com papel; interiormente achas que não iria acontecer nada, mas a voz da tua mãe faz eco na tua cabeça “nunca te sentes numa sanita pública”, e então ficas na “posição de aguiazinha”, com as pernas a tremer… e por uma falha no cálculo de distâncias, um finííííssimo fio do jacto salpica-te e molha-te até às meias! Com sorte não molhas os sapatos… é que adoptar “a posição” requer uma grande concentração e perícia.
Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel higiénico. Maaaaaaaaaaas não hááááá!!! O suporte está vazio! Então, rezas aos céus para que, de entre os 5 quilos de bugigangas que tens na mala, pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel… mas para procurar na tua mala tens de soltar a porta… ???? Duvidas um momento, mas não tens outro remédio.
E quando soltas a porta, alguém a empurra, dá-te uma traulitada na cabeça, que te deixa meio desorientada, mas rapidamente tens de travá-la com um movimento rápido e brusco, enquanto gritas OCUPAAAAAADOOOOOOOOO!!
E, assim, toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes soltar a porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm muito respeito umas pelas outras). Encontras o lenço de papel! Está todo enrugado, tipo rolinho, mas não importa. Fazes tudo para esticá-lo; finalmente consegues e limpas-te. Mas o lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda; ou seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma mão!
Sem contar com o galo da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o suor que te corre pela testa, a mão a escorrer, a lembrança da tua mãe que estaria envergonhadíssima se te visse assim… porque ela nunca tocou numa sanita pública, porque, francamente, tu não sabes que doenças podes apanhar ali, que até podes ficar grávida (lembram-se?)…. Estás exausta! Quando terminas já não sentes as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo a fazer malabarismos com um pé, muito importante!
Depois lá vais pró lavatório. Está tudo cheio de água (ou xixi? lembras-te do lenço de papel…), então não podes soltar a mala nem durante um segundo, pendura-la no teu ombro; não sabes como é que funciona a torneira com os sensores automáticos. Tocas até te sair um jactozito de água fresca, e consegues sabão, lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a mala não resvalar e ficar debaixo da água. Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que, no fim, secas as mãos nas tuas calças – porque não vais gastar um lenço de papel para isso – e sais…
Nesse momento vês o teu namorado, marido ou filho que entrou e saiu da casa de banho dos homens e ainda teve tempo para ler um livro enquanto te esperava. “Mas por que é que demoraste tanto?” - pergunta-te o idiota. “Havia uma fila enorme” - limitas-te a dizer.
E é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por solidariedade: uma segura na mala e no casaco, a outra na porta e a outra passa o lenço de papel debaixo da porta, e assim é muito mais fácil e rápido, pois só tens de te concentrar em manter “a posição” e a “dignidade”. Obrigada a todas por me terem acompanhado alguma vez à casa de banho e servir de cabide ou de agarra-portas!
(P.S. - Desconheço a autoria do texto)