O meu ponto de vista

Setembro 14 2022

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Há cinco anos, em Pedrógão Grande, devido aos incêndios, morreram 66 pessoas e muitas dezenas de outras ficaram feridas. Isto para não falar dos enormes prejuízos em termos de floresta, habitações e unidades industriais.

Passados todos estes anos o Tribunal de Leiria decidiu pela absolvição de todos os arguidos indicados pelo Ministério Público (MP), o que, na prática e por agora, não existem culpados. Como na esmagadora maioria das vezes, em Portuga a culpa morre solteira.

É evidente que o MP pode recorrer, mas mesmo que o faça não acredito noutro desfecho, tal como recordo bem da enorme e despudorada campanha que muitas pessoas e/ou corporações fizeram para que aqueles jamais fossem considerados culpados.

A floresta não estava minimamente limpa, os caminhos, devido à falta de limpeza das respectivas bordas, encontravam-se quase impedidos de circular, os bombeiros actuaram tarde e a más horas, os serviços autárquicos nunca quiseram saber destas e de outras maleitas, mas a culpa foi somente de um estranho fenómeno atmosférico.

Parafraseando o outro, também posso perguntar “e o burro sou eu?”

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:55

Maio 31 2022

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A justiça em Portugal há muito que anda pelas ruas da amargura. Aliás, esta afirmação, hoje-em-dia, não passa de um lugar comum. Todos ou quase todos o sabem e proclamam aos quatro ventos. É ineficaz, morosa e sobretudo vadia, pois tanto dá para condenar a penas extremas, como pelos mesmos factos é capaz, sem rebuço algum, de mandar em “paz” o arguido mais relapso.

Contudo, para além de não ser cega, o pior é ser preguiçosa. Quando um cidadão se sente justamente - ou até, no limite, injustamente lesado - não há pesquisa, investigação, metodologia e/ou estratégia que o salve. Se apresentar provas inequívocas, então, a muito custo e após insistências atrás de insistências, lá se vai dar início ao processo e, com sorte, poderá alcançar resultados positivos. Caso contrário, esqueça.

Aliás, não é por acaso que o sucesso das empresas de segurança (alarmes e videovigilância) nunca cresceu tanto como agora. E, neste âmbito, acontece, muitas vezes, o caricato, para não dizer o paradoxo. Se temos algo vigiado nos termos da lei, obrigatoriamente a placa informando de tal é afixada em local bem visível. Claro que isto, a maioria das vezes, só serve para atrair ainda mais a gatunagem/malfeitores. Estes pensam: “Oh lá, há vigilância? Então é porque existe algo de valor! Vamos lá disfarçadamente – gorro, luvas, etc. - e … pronto. Nada nos acontecerá”. Por outro lado, se colocarmos vigilância sem a devida legalização, as imagens não nos beneficiam em nada e muito menos poderão servir de prova em tribunal. Quanto muito poderão servir para fazermos justiça por mãos próprias.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:46

Abril 09 2021

Tal como João Miguel Tavares escreveu no Público, “fácil é ser corrupto, difícil, muito difícil, é provar tal”. Apesar de ter a certeza de haver recurso, Ivo Rosa, juiz de instrução, decidiu hoje despronunciar José Sócrates do crime de corrupção.

Até aqui tudo bem! Aliás, adianto que aquele poderá inclusive ser ilibado de todos os crimes que, continuamente, lhe tem sido imputados. Quem tem o dinheiro – e que dinheiro –,  como ele tem, pode arranjar a melhor defesa que há no mundo. Todos sabemos que a justiça não é igual para todos, por muito que nos tentem atirar arreia para os olhos. Quem tem poder e, sobretudo, dinheiro …

Contudo, por muito que seja isentado ou não de todos os crimes que lhe são imputados, o certo é que a esmagadora maioria dos portugueses há muito o considerou – e bem – culpado. Lembramo-nos sempre daquele velho ditado “quem cabras não tem e cabritos vende, de algum lado vêm.

Por fim, todos os atentos sabem de há muito que o processo tem muito mais de político de que judicial. Assim, o PS está em jogo e com todas as cartas. E tanto está em cima da mesa!!!

publicado por Hernani de J. Pereira às 17:45

Novembro 18 2019

Sei que o teor deste texto não é, hoje-em-dia, politicamente correcto, mas não o escrever seria uma forma de cobardia. Muitas pessoas, felizmente muito longe da maioria, irão crucificar-me na árvore mais alta que encontrarem, mas, e desculpem a expressão menos prosaica, estou-me c@g@ndo para isso.

Vamos, então, ao assunto. Como é possível haver casos pendentes nos tribunais sobre a tutela de um animal, enquanto os humanos esperam e desesperam que as instâncias judiciais lhes façam justiça? O caso que tem sido badalado na comunicação social diz respeito à guarda de uma cadela por parte de um casal desavindo que, em vez de procurarem harmonizar-se, pois foi para isso que se juntaram, e consequentemente ter filhos, buscam dirimir na Justiça a futilidade das suas vidas.

Já agora, existe ou existiu algum caso nos tribunais em que os filhos procuram que os juízes lhes outorguem a guarda dos pais? Falo, como é evidente, sobretudo dos mais idosos, doentes e sem meios de sobrevivência.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:36

Junho 30 2019

Sintomaticamente atira-se para os lados ou para o ar. Por vezes até se dão tiros nos próprios pés. É um processo que já vi e vivi com (in)sucesso noutras geografias. Aliás, o conhecimento de tal reforça a minha independência, sobretudo no que respeita à aceitação devida de serviços e atenções, para não falar de emoções, reduzindo risco de familiaridade excessiva, bem como reforça a capacidade de defesa da verdade.

Esta postura é, por outro lado, também um mecanismo testado e comprovado para inviabilizar a criação de sentimentos extemporâneos. Se a realização não contém um espírito correcto de colaboração mútua, não acredito que a justiça, tenha esta os contornos que tiver, reforce os acordos de união de esforços, não proporcionando, deste modo, melhorias reais na vivência recíproca.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:24

Janeiro 31 2019

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Muito se tem falado e continuará a falar sobre a má gestão da CGD e dos respectivos prejuízos, os quais, aliás, não pagamos com língua de palmo, mas sim com língua de palmo e meio. Deixem-me, porém, dizer desde já que, apesar de sabermos bem quem foram os culpados directos e indirectos, não acredito que qualquer um deles seja condenado.

Infelizmente, haverá sempre um modo de fugir à aplicação de qualquer sanção. Os argumentos poderão ser muitos, mas basear-se-ão nas seguintes premissas: por um lado, os eventuais, sublinho eventuais crimes já prescreveram ou, por outro, devido a que qualquer investimento – os empréstimos estão dentro desta categoria – tem riscos, i.e., tanto pode dar certo e obterem-se lucros, como correr mal e originar prejuízos.

Uma coisa é certa. Evitam de nos atirar areia para os olhos, dizendo que querem apurar, até às últimas consequências, quem são e, sobretudo, condená-los. É que se o queriam fazer, então, em tempo útil, teriam acabado com o desmando, uma vez que tal ocorre desde o ano 2000 e era conhecido por todos os responsáveis políticos. Bem pelo contrário, deixaram correr o marfim já que a maioria mamava da mesma teta.

publicado por Hernani de J. Pereira às 10:40

Janeiro 09 2018

Os mais atentos ao sistema judicial já o esperavam. Só é novidade para quem não sabe ler nas entrelinhas dos acontecimentos dos últimos anos e pretende não ver a agenda oculta do actual governo. Se a esmagadora maioria dos portugueses concorda que o anterior procurador-geral da república (PGR), Pinto Monteiro, foi um grande amigo do PS e, particularmente, um excelente “camarada” de José Sócrates – recordo o almoço entre ambos antes de este ser preso -, igualmente concilia que a actual PGR, Joana Marques Vidal, se encontra entre os inimigos fidalgais dos socialistas.

A coragem, a frontalidade e, sobretudo, a desligação partidária e a independência face ao pendor governamental, principalmente o facto de se “atrever” a acusar ex-primeiros-ministros (Sócrates, do PS), ex-ministros (Miguel Macedo, do PSD) e banqueiros (p.e., Ricardo Salgado, do BES), entre tantos outros, granjeou a Joana Marques Vidal inimicícias entre os detentores do actual aparelho governativo. E não só! Daí nada a estranhar face às declarações da ministra da Justiça, a qual afirmou hoje que vê com naturalidade a não renovação do mandato da actual PGR, apesar de constitucionalmente tal não estar vedado.

O certo é que elogios não lhe faltam. Desde os funcionários da justiça, passando pelos magistrados do MP e dos juízes, manda a verdade dizer que todos, sem excepção, lhe tecem os maiores encómios.

Para os menos concentrados no vai e vem da justiça alertamos que, de acordo com a Constituição da República Portuguesa e o Estatuto do Ministério Público, a designação da nova PGR se trata de matéria da competência do Presidente da República e do Governo. Assim sendo, aguardo com alguma expectativa o futuro.

publicado por Hernani de J. Pereira às 14:33

Setembro 14 2015

Um constante ouvir, negociar, gerar consensos e servir os outros, sem deixar de manter o posicionamento vertical, estas são equações de um lema que por estes dias tenho levado avante.

Mais que idade, formação e dialéctica, interessam-me as pessoas e, sobretudo, as suas motivações e interesses para abraçar uma causa. Deste modo podemos crescer juntos.

Tenho uma filosofia de vida muito realista. Por isso vivo muito dependente daquilo que são as minhas capacidades e invisto nelas. Aliás, não é por acaso e muito menos prosápia afirmar que muitos outros reconhecem tal.

Assim, não é de admirar o uso de uma política muito vincada de up or out. No fundo, ou as pessoas se desenvolvem ou ficam estagnadas na carreira.

Há sempre um ciclo na vida em que as pessoas procuram consolidar o que sempre sonharam ser. Posteriormente há outra fase em que querem reconhecimento. Nesta altura, a avaliação do desempenho, a comunicação que apresentam e a vontade que denotam são as formas que temos para assegurar a assertividade dessa agnição.

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:31

Setembro 05 2015

É, quer queiramos quer não, o sujeito que faz o processo e é nesse reconhecimento que se encontra o cerne da questão. Acho que um dos nossos maiores handicaps é não assegurar tal desiderato. Aliás, a igualdade plena é utópica.

Nesta ordem de ideias, por muito que tal nos constranja, não nos apresentamos em equidade de circunstâncias perante, por exemplo, a educação, a saúde e muito menos perante a justiça. Até, pasme-se, perante a Igreja temos recepção e acompanhamento distinto.

Por isso, querer que o preso mais famoso de Portugal seja tratado de igual forma que qualquer outro cidadão é não ver o óbvio. Pelas responsabilidades que teve, pelos gravíssimos indícios criminais que vem sido acusado, pelos advogados, pagos a peso de ouro, que o defendem, pelos amigos influentes que o abroquelam, pelo acesso privilegiado que tem aos principais órgãos de comunicação social, não pode ser julgado como qualquer vulgar cidadão.

A alusão que tem vindo a fazer que a sua prisão é política não passa de um refúgio para mascarar o respectivo processo judicial, o que, mais uma vez, vem reforçar a ideia anteriormente aduzida.

Sabendo que os cidadãos têm mesmo de fazer a parte substantiva, (re)afirmo que a cela 44 deveria continuar ocupada.

O certo é que as braçadas que irá dar na piscina aquecida da casa onde, neste momento, está instalado o vão, por estes dias, fazer esquecer o actual pesadelo. Já agora, há ex extraordinárias!

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:20

Setembro 23 2014

Um Verão, sem praticamente ter começado, que acaba e um Outono que inicia com cara de Inverno prematuro, têm sido, ultimamente, o pão-nosso de cada dia. Andamos, por isso, taciturnos, cabisbaixos e sem grande vontade para dar o que há de melhor em nós.

Os fogos de modo algum foram - e ainda bem - notícia de Verão, tendo-nos valido, há falta de melhor, a guerrilha interna e o lavar de roupa suja no PS. Agora surge-nos, com fundamento ou sem ele – não quero crer que a premissa seja a mais correcta! – algo sobre o passado político-profissional de Passos Coelho e de outras ex-figuras proeminentes do PSD, entre as quais a do ex-líder e ex-presidente da CM de Gaia, Luís Filipe Menezes, o que, infelizmente, já estamos acostumados.

A justiça, já o escrevi, está um caos, ou, como hoje se diz, está em estado de “Cítius”. O ensino, com a trapalhada da colocação de professores, qual saga que, ano após ano, nos persegue, não se encontra melhor, bem pelo contrário.

Por falar neste importantíssimo sector da vida de qualquer sociedade, o ensino em vez de se centrar no mais fulcral, i.e., nos alunos e nos respectivos curricula, impele-nos a fixar a atenção no acessório, uma vez que aquilo que, à priori, era fácil – ordenação dos professores e sua colocação, o que qualquer sistema informático, minimamente conformado com regras claras e precisas, fazia com uma “perna às costas” - o ME complica. E o único a demitir-se foi um director-geral? Claro que sim, apesar de não ser o mais curial. Explicação: o membro do governo que tem estas competências, o secretário de estado da administração escolar, João Casanova, é do CDS-PP e, pelas razões óbvias, não convém levantar ondas com o parceiro de coligação neste último ano antes das legislativas.

Como resultado desta atávica política existem ainda cerca de 4 000 docentes em falta nas escolas, com a agravante de muitos já terem sido colocados indevidamente, o que acarretará, no final, professores em duplicado, com o inerente aumento da despesa pública, o qual, para não fugir à regra, irá ser pago pelos do costume.

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:54

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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