Há cinco anos, em Pedrógão Grande, devido aos incêndios, morreram 66 pessoas e muitas dezenas de outras ficaram feridas. Isto para não falar dos enormes prejuízos em termos de floresta, habitações e unidades industriais.
Passados todos estes anos o Tribunal de Leiria decidiu pela absolvição de todos os arguidos indicados pelo Ministério Público (MP), o que, na prática e por agora, não existem culpados. Como na esmagadora maioria das vezes, em Portuga a culpa morre solteira.
É evidente que o MP pode recorrer, mas mesmo que o faça não acredito noutro desfecho, tal como recordo bem da enorme e despudorada campanha que muitas pessoas e/ou corporações fizeram para que aqueles jamais fossem considerados culpados.
A floresta não estava minimamente limpa, os caminhos, devido à falta de limpeza das respectivas bordas, encontravam-se quase impedidos de circular, os bombeiros actuaram tarde e a más horas, os serviços autárquicos nunca quiseram saber destas e de outras maleitas, mas a culpa foi somente de um estranho fenómeno atmosférico.
Parafraseando o outro, também posso perguntar “e o burro sou eu?”