O meu ponto de vista

Novembro 05 2019

A jornalista Fernanda Câncio habitou-nos, semanalmente, com as suas crónicas no Diário de Notícias. Com esta actividade demonstra um particular e nítido gozo em zurzir em tudo o que não é PS, mas a sua cereja em cima do bolo é “bater” em tudo o que se situa à direita dos socialistas.

O seu último escrito decidiu, e está no seu direito, dar umas “pancadas” em André Ventura do Chega! A determinada altura afirma que este disse e passo a citar "Estou aqui para dizer as verdades… ." - o sublinhado é da autora – e continua já sua lavra: “É a voz do povo, pois claro. Uma espécie de Jesus (o profeta, não o treinador) da política, que vai, sacrificadamente, para o templo dos vendidos partir tudo em nome da pureza".

Agora, caros leitores, pensem em alguém que, nestes últimos dias ,tem dito algo muito semelhante a André Ventura? Adivinharam! Sim, é esse. Nem mais, nem menos, que José Sócrates, aquando da fase de instrução da Operação Marquês, na qual está acusado de 31 crimes.

A pergunta, então, que se impõe: a que propósito ou a falta dele a aludida jornalista não diz uma palavra sobre o ex-primeiro-ministro? A resposta é simples: tem o rabo entrilhado! Não foi esta que, em tempos, também gozou férias, almoços e longas viagens pagas pelo amigo daquele, Santos Silva? Bem sei que, posteriormente, referiu que jamais soube disso e que limitou a aceitar a oferta do seu amigo de então. Pois, que outra coisa haveria de dizer?

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:34

Janeiro 29 2019

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De acordo com a imprensa de hoje, no debate de instrução do processo relativo à Operação Marquês, perante o juiz Ivo Rosa, a filha de ex-ministro Armando Vara contou que Caixa Geral de Depósitos lhe emprestou 231 mil e paga pouco mais de duzentos euros por mês.

Para além de outras declarações a raiar o absurdo, importa reter esta questão do empréstimo. Ora, para além de questionar o empréstimo de tão elevada quantia a uma jovem – sim, era muito nova à altura dos factos -, interrogo-me como é possível tal não suceder comigo ou com os meus familiares. Na verdade, tenho familiares directos com um empréstimo cujo montante é menos de metade daquela importância e a pagar o dobro.

Já agora, relembro que Armando Vara foi nomeado administrador da CGD pelo seu amigo e protector José Sócrates.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:05

Abril 30 2018

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Os números variam ligeiramente, mas as conclusões dos diferentes comentadores convergem num cenário devastador: a corrupção, em Portugal, atingiu máximos históricos durante o período de 2005 a 2011, i.e., durante o consulado de José Sócrates.

A falta de controle, a tentativa de domínio da comunicação social, o clima de “prefiro não ver para não me aborrecer”, aliado à crise económica e financeira na Europa, bem como o risco da dívida pública portuguesa foram alguns dos motivos que se costumam apontar.

Todavia, eu prefiro chamar os bois pelos nomes e, nessa conformidade, afirmo que tal se ficou à falta de vergonha ou, como hoje se costuma dizer, à ausência de ética.

Quem se der ao trabalho de consultar os vários ensaios publicados pelos muitos observadores e estudiosos a operar em Portugal, notará que apesar do valor canalizado para a corrupção não coincidir – talvez devido aos diferentes critérios de análise utilizados –, os números apurados são, sem sombra para dúvidas, os piores alguma vez verificados em território nacional.

Já não nos bastava o escândalo do ex-primeiro-ministro, do caso BPN e quejandos, para agora também vir a lume o caso de Manuel Pinho. Um dia destes, por muito que queiramos, não conseguiremos abrir mais a boca de espanto.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:37

Outubro 11 2017

Augusto Santos Silva, MNE do actual governo e ex-ministro nos dois executivos de José Sócrates, afirmou hoje que a acusação proferida contra este decorreu onde deveria ter ocorrido, i.e., na Justiça, tal como deve ser o respectivo julgamento, e não na praça pública ou nos media.

Sim, bem sei que este e muitos outros socialistas adorariam colocar, neste caso e à semelhança de outros, uma lei da rolha, de modo que os cidadãos permanecessem na “santa” ignorância. Aliás, Salazar também assim pensava.

Invocam, para tal, farisaicamente o estado de direito. Esquecem-se que em tal há lugar a uma imprensa livre. Obrigatoriamente, acrescento eu.

Já agora, aquele governante podia esclarecer como foi possível, ele e muitos outros, terem sido durante tanto tempo ministros de Sócrates e nunca terem dado por tantos e tantos indícios de corrupção, branqueamento de capitais e tráfico de influências.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:35

Maio 31 2017

Adoro Portugal. Todos os dias ouvimos, lemos e vemos, abrimos a boca de espanto e soltamos fortes gargalhadas. As situações são tão inconsequentes – ia para dizer “inconseguidas”, mas arrependi-me a tempo -, tão despropositadas, que, conforme diz o nosso povo, “não lembram ao careca”.

Então não é que a TVI24 teve a brilhante ideia de convidar João Rendeiro para comentar a actual crise na banca? Como todos sabemos este excelso banqueiro, fundador do BPP, e que o levou à falência, com desvio de fundos lá pelo meio – e, já agora, também nas bordas -, é, certamente, um homem extremamente avalizado para comentar o desnorte que se apoderou dos banqueiros portugueses, senão de todos, pelo menos de alguns bem-sonantes, homens que, em tempos, eram considerados impolutos, já que se lhes entregava sem qualquer receio o fruto do nosso suor. Vá lá, pelo menos deve saber do que fala!

Bem, se a moda pega, vamos ver um dia destes Vale Azevedo a comentar a gestão dos clubes de futebol, José Sócrates a “botar faladura” sobre o sistema judicial e respectiva actividade criminal, Isaltino Morais sobre transferências bancárias para a Suíça, entre tantos e tantos outros casos.

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:55

Setembro 16 2016

Quando encostado às tábuas, quando encurralado, qualquer ser tenta a fuga sem procurar saber qual o melhor modo de o fazer. Como é evidente o homem não foge a esta regra. Veja-se o caso de José Sócrates.

Depois de ter colocado o país à beira do precipício e posteriormente começar uma faustosa vida sem que ninguém descortinasse de onde vinham os meios para levar tal, a justiça iniciou o cerco e, apesar de mais vagarosa do que todos desejavam, tem vindo a acumular indícios fortes de culpabilidade, ainda que as respectivas provas sejam – ninguém duvida – extremamente difíceis de obter.

E o que tem vindo a fazer o ex-primeiro-ministro? Dispara, sempre que pode, em todas as direcções, com um azedume que roça o desespero. É vê-lo, então, a dar tiros tentando atingir não pequenos botes mas autênticos porta-aviões, começando pelo juiz Carlos Alexandre, passando pela Procuradora Geral da República e terminando na primeira figura do Estado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Lamento tal postura, uma vez que não vê que os disparos que dá são nos próprios pés!

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:59

Agosto 01 2016

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Prometi, a mim mesmo e não só, que durante as férias daria descanso ao teclado e, por essa razão, nada publicaria neste espaço.

Todavia, como os meus caros leitores bem sabem, a excepção confirma a regra. Assim, em função de um assunto tão sério com que fui confrontado por estes dias, não resisti e, por isso, eis-me a escrevinhar algo.

O caso que me deixou enormemente inquieto prende-se com a situação económica a que presentemente o nosso ex-primeiro-ministro José Sócrates se encontra sujeito. Aliás, que outro motivo tão forte poderia haver para me levar a quebrar aquela promessa?

O grande timoneiro, esse líder incontestado, o tão amado governante é obrigado a viver, os dias que correm, com uma reforma cujo montante líquido pouco ultrapassa os 2 400 euros. Não me digam que não é ignominioso, para não dizer ultrajante? Como é possível dar a tão distinto e valoroso político uma pensão que está perfeitamente ao alcance da grande maioria dos portugueses?

Nesta ordem de ideias, lanço desta tribuna um apelo forte e veemente para que surja uma petição pública com o objectivo de aumentar aquela aposentação. No mínimo, o Estado deve-lhe pagar 20 000 euros mensais, em catorze prestações por ano. Tanto mais que agora o seu grande amigo Carlos Santos Silva não lhe pode “emprestar” uns trocados sequer.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:29

Julho 04 2016

Marcelo vê o actual e o ex-primeiro-ministro de candeias às avessas e mesmo assim o elogio à postura de ambos é constante.

Marcelo encontra-se, por acaso e sem acaso, com António Costa e lá sai elogio.

Marcelo está no mesmo local que Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, e o elogio sai de imediato.

Marcelo encontra-se, sem contar, com José Sócrates e, para não variar, o elogio é público e publicado.

Bem, há pessoas que, invariavelmente, vêm o copo meio vazio. Outras, porém, vêm constantemente o copo meio cheio. Marcelo, até que o estado de graça dure, está sempre com estas últimas.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:25

Janeiro 06 2015

No que concerne ao âmbito nacional, não contando a ordem cronológica, distingo

  • A prisão de José Sócrates pelo que representou e ainda representa no panorama político-partidário. Não haja dúvida que este caso deu brado e continua a dar que falar, uma vez que a sua repercussão é uma espécie de espada de Dâmocles constantemente colocada sobre a cabeça do PS. A ver vamos quem vence: se o ex-primeiro-ministro ou se a justiça, a qual, após o PS ter chumbado a proposta de lei do enriquecimento ilícito, tem que provar se houve ou não iniquidade por parte daquele. Todavia, mesmo que acabe ilibado por não se provar a(s) ilegalidade(s), aos olhos da maioria dos portugueses já é culpado. Eu sei que não deveria ser assim, mas é a vida!
  • O caso BES pelo terramoto que provocou naquele que era o maior banco privado português e, sobretudo, por acabar com o mito de que os banqueiros portugueses eram algo acima de qualquer suspeita. Afinal, não passam de uns vigaristas de meia-tigela, os quais sempre estiveram nas tintas para quem confiava neles. Mais: agora até parecem ratos em navio a afundar-se, pois é triste vê-los abandonarem familiares e velhas amizades, através das quais usufruíram, durante décadas, milhões e milhões, sem assumir culpas do que quer que seja. Ainda acabaremos por ver que os culpados da derrocada deste grupo financeiro foram o recepcionista e a mulher de limpeza!
  • O juiz Carlos Alexandre pela coragem e, principalmente, por dar uma réstia de esperança aos portugueses, fazendo-os crer que ainda há quem procure fazer justiça neste país, merece, sem dúvida, o devido realce. O magistrado que mandou prender Ricardo Salgado e José Sócrates demonstrou que ninguém está acima da lei e já é, para a uma larga fatia dos portugueses, um herói. Espero que não tenha pés de barro e muito menos rabos-de-palha.
  • A corrupção pela sua extensão e, particularmente, pela sua percepção. Hoje-em-dia os portugueses sabem que, deste a autarquia mais pequena, passando pelo serviço público mais insignificante, até chegar à cúpula da governance política-financeira, a corrupção estende-se mais depressa que o pior vírus que, de vez em quando, por aí ataca. Aliás, não é por acaso que corrupção foi escolhida pelos portugueses como a palavra do ano.
publicado por Hernani de J. Pereira às 19:21

Dezembro 16 2014

Hoje era para nada publicar. O cansaço acumulado ao longo destes últimos dias obrigava ao descanso. Porém, a notícia desta tarde despertou em mim o desejo irresistível de escrevinhar umas breves palavras e, por isso, deixei de resistir e eis o resultado.

Como sabem os meus caros leitores sou um adepto, não fanático, do FC do Porto e um enorme admirador da gestão de Pinto da Costa. Digo gestão porque no que respeita à sua vida privada, embora a respeite, sempre a critiquei, sobretudo no concernente à escolha das suas companheiras, as quais poderiam ser, de certo modo, suas netas. Enfim, fraquezas de um óptimo dirigente, fazendo lembrar que não existem pessoas perfeitas por muitas qualidades que possuam.

Voltando ao dia de hoje, soube que Pinto de Costa foi visitar José Sócrates à prisão. Quando ouvi tal, com toda a sinceridade, até me caíram os ditos aos pés. É público que o ex-primeiro-ministro é assumidamente benfiquista e que se saiba o presidente do FCP, apesar de se ter dado muito melhor com as governações socialistas, não tem uma amizade especial àquele político. Assim, por carga de água é que se deslocou a Évora? Busca de protagonismo? Não creio por não precisar dele. Não compreendo!

O que já entendo é aquilo que escutei na barbearia quando a rádio noticiava tal: os ladrões visitam-se uns aos outros. E isto dito por um benfiquista.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:01

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