Deveria falar sobre o novelístico triângulo Jorge Jesus/Benfica/Sporting, bem como a pouca vergonha deste último em despedir Marco Silva por justa causa (!!!) e indagar onde, de repente, apareceram tantos milhões – fala-se de Angola e Guiné Equatorial, locais genuinamente portugueses, portanto - , mas a enormíssima falta de ética de todos os lados, leva-me a repelir tal ideia.
Igualmente uma parte de mim impele-me a escrever sobre Isaltino Morais, o qual, após a saída da prisão, publicou um livro e tem-se desdobrado em entrevistas em tudo o que são jornais e programas televisivos, defendendo acerrimamente a sua inculpabilidade, como se todos os tribunais, desde os de 1ª instância até ao TC – recordam-se dos imensos recursos e do adiar constante das sentenças? -, tivessem errado e mais não passavam de uma campanha, para não dizer cabala, contra aquele, o mais inócuo dos políticos, a acreditar nas suas palavras, fazendo jus àquilo que, desde sempre, ouvimos dizer aos presos, i.e., que as cadeias estão cheias de inocentes. Todavia, o bom senso diz-me que não devo ir por aí.
Falarei, sim, da ideia estapafúrdia de estender a componente curricular complementar à introdução à cultura e línguas clássicas, ou, dito por outras palavras, proporcionar, desde que as escolas assim o queiram, o ensino de latim e grego desde o 1º CEB.
Ora, sabendo nós da menor apetência que, infelizmente, os alunos do ensino básico têm pelas línguas vivas, imagine-se o que será para as designadas línguas mortas. É caso para dizer que, agora sim, é que nos vamos ver gregos.
Depois da desmedida desconsideração para com as artes e tecnologias, tornando o ensino cada vez mais academicista, só nos faltava esta. Um dia, quando uma parte substancial dos cidadãos não souberem distinguir uma chave de fendas de um alicate, verão o erro crasso que estão a cometer contra o futuro deste país.