O que entendemos por educação? A primeira ideia que nos vem à mente é algo que mais diz respeito ao ensino do que à educação propriamente dia. Assim, não obstante o ambiente mediático que rodeia o tema, este continua embrenhado numa terminologia um tanto ou quanto opaca e, por vezes, pouco acessível. Dizem-nos os estudiosos que na sua génese estão os sistemas ciberfísicos, compostos por elementos emocionais com o intuito de controlar o conhecimento.
Todavia, mesmo antes do “produto”, tal como hoje o conhecemos, existir, já havia educação e esta, de modo mais ou menos autónomo, sempre geriu a sua construção, comunicando através de sistemas “inteligentes”. Conseguiu-se, desta forma, “fabricar”, com a flexibilidade e eficiência necessárias, a educação cada vez mais personalizada que os “clientes” exigem.
Vem este arrazoado a propósito da frequência da “disciplina” de Cidadania e Desenvolvimento. O ME através do seu ideólogo de serviço, de sua graça João Costa, secretário de Estado da Educação, argumentando que aquela faz parte do currículo do ensino básico e secundário é, por isso, obrigatória, tal como Matemática, Inglês ou outra. Adianta que não é permitido a escolha de um currículo, género à la carte, e que de outro modo, abrir-se-ia um precedente, chegando-se ao cúmulo de um dia destes, um discente dizer que não queria o ensino de, por exemplo, Português, História, etc.
Falaciosamente, aquele governante esquece-se de que a leccionação de Matemática, Físico-Química, entre outras, quer seja por um docente de direita ou de esquerda, terá de ser sempre da mesma forma. Não há volta a dar-lhe. Outra coisa bem diferente é a ministração de Cidadania e Desenvolvimento. Qualquer pessoa sabe, sem margem para dúvidas, que a leccionação de tal pode ser ideologicamente enviesada, pois o próprio exercício da cidadania é distinto para um docente do BE e do Chega!
Chegados aqui só resta uma solução: revisão do currículo, retirando esta pseudo-disciplina ou, então, conferindo-lhe carácter facultativo.
Os pais e encarregados de educação devem ser completamente livres na escolha da educação que querem para os seus filhos e educandos.