Morreu, ontem, Roger Moore. Completaria 90 anos em Outubro próximo, mas uma conjugação de doenças não permitiu que continuasse entre nós. O mais gentleman de todos os 007, no dizer da maioria dos críticos, foi e continua a ser uma referência no mundo do audiovisual. Foi figura marcante na televisão, quando esta ainda era a preto e branco, bem como no grande ecran.
Quem não se recorda da sua primorosa interpretação, para os cânones da época, claro está, na década de sessenta e setenta do século passado, de O Santo? E das suas fabulosas encarnações, para quem gosta, claro está também, da lendária personagem criada por Ian Fleming, James Bond, mais conhecido como o agente, com licença para matar, ao serviço de Sua Majestade, 007?
Para nós, entre 50 e os 60 anos, amantes de aventuras e de acção, é mais um pedaço de nós que desaparece. É mau quando vemos acabar algumas das grandes referências da nossa juventude. É sinal inequívoco de que, apesar de não nos sentirmos velhos, os anos começam a pesar.
Uma nota final: a saga do 007 continua hoje-em-dia e estou convencido que novos episódios, no futuro, se seguirão. Contudo, o glamour, a apreciação das boas coisas da vida, em toda a sua plenitude, bem como o saborear de cada instante, de cada milagre da natureza, de cada momento especial, há muito que deixaram de ser apanágio das últimas sagas. Actualmente, o romance quase que é inexistente, a violência, alguma gratuita e desmesurada, é constante. Por isso, continuo a vê-los mais por dever de ofício do que para regalo dos olhos e muito menos do coração.