Agora que Isabel dos Santos caiu em desgraça, um pouco por todo o lado, mas sobretudo em Portugal, surgem todos os dias os mais variados políticos, armados em virgens púdicas, (re)afirmando a toda a hora que jamais souberam o que que fosse, chutando para canto qualquer sombra de inquietude, já que, segundo eles, quem deverá ter as orelhas a arder são os reguladores, entidades que como bem sabemos de independência têm pouco ou nada.
Não há político, designadamente aqueles que se posicionam no designado centrão, que não tenha estendido a passadeira vermelho e não tenha cantado hossanas àquela “empresária”. Desde presidentes de câmara, passando por ministros, primeiros-ministros e presidentes da república, sem esquecer bancários, grandes escritórios de advogados, entre tantos outros, todos olhavam para o lado e jamais se questionaram sobre a origem do dinheiro, aliás manchado de sangue como todos sabiam.
Uma ressalva, em forma de louvor, apenas para Ana Gomes, a única que nunca calou a revolta que sentia relativamente à idoneidade da filha do ex-presidente angolano.
Por último, uma chama de atenção para as palavras de hoje de António Costa, o qual disse e cito de cor: “Isabel dos Santos jamais teve, em Portugal, um tratamento preferencial”. Caramba, é preciso ter cara de pau para proferir estas palavras sem se rir.
Aditamento em 2020.01.24, pelas 21h40:
Boa noite,
Li agora o seu artigo de opinião e venho por este meio felicita lo por aquilo que escreveu, pois ainda hoje falei sobre isso com a minha mulher...nao poderia estar mais de acordo com tudo o que escreveu...O problema é que mais uma vez, não haverá responsáveis, encobrem se todos uns aos outros...pois todos andaram a "comer" e nós aqui continuamos a fazer contas á vida todos os meses...é assim o sistema e há de continuar infelizmente, e a Ana Gomes que diz e despoleta toda a verdade nua e crua irá sempre ser apelidada de extremista, radicalista e uma personagem a não levar em conta...
Cump
Rui Sousa