Escutar determinadas pessoas é como balões de ar a rebentar. Falam, falam e falam mas não dizem nada, pois, tal como os balões, a única coisa que têm dentro de si é ar.
Eloquentes, malabaristas com as palavras, são piores que um harmónio a debitar música, cujo botão “stop” se avariou. Aspiram e suspiram, mas jamais inspiram quem que seja. Adoram prender a atenção dos que os rodeiam, nem que para isso tenham de criar mil e uma histórias.
O que contam, na maior parte das vezes, não corresponde minimamente à realidade. Contudo, o modo como se expressam, o tom que colocam na voz, a ênfase que denotam, dá a entender que o que dizem é a mais pura das verdades. A voz nunca lhes treme, não lhes faltam as palavras certas no momento ideal, o olhar é fixo e brilhante de tal modo que a convicção que transmitem é quase total.
Autênticos vendedores de “banha de cobra”, não têm pejo algum em ficcionar. Não, não são mentirosos compulsivos, apenas distorcem a realidade por necessidade afectiva. A ânsia de captar o outro a isso obriga.
Ao ouvi-los ganhamos o “Céu”, pois obriga-nos a um acrescido esforço de prestar atenção a quem não merece, bem como o de usar todos e mais alguns “filtros”. Aliás, este género de pessoas são extremamente inteligentes até ao momento em que abrem a boca!