Toda a vida me regi pela fórmula de que se proceder assim ou assado, deste ou de outro modo, então, sem margem para dúvidas, tenho obrigatoriamente de assumir a respectiva responsabilidade e, sobretudo, não me queixar, uma vez a culpa ser totalmente minha. Com toda a certeza teria várias opções e se não segui a melhor ou a mais correcta o problema foi e é meu.
Agora, quando se passa precisamente o contrário, i.e., quando me deparo com actos que não me podem ser assacados, ou quaisquer comprometimentos e/ou encargos me podem ser exprobrados, pergunto indignadamente: a que propósito tenho que sofrer pelas atitudes dos outros, por muito que os mesmos sejam totalmente legítimos, éticos e morais?
Sim, bem sei, que, dito desta forma, é uma matéria problemática e muito questionável. Porém, acompanhem o meu raciocínio. Hoje, por exemplo, registou-se greve dos funcionários auxiliares das escolas - algo que posso testemunhar como extremamente legítimo - e que na maioria, incluindo a minha, originou o consequente encerramento. Até aqui tudo bem. Nada a apontar.
Todavia, enquanto que para a maioria dos docentes esta greve não trouxe quaisquer consequências, sendo um dia sem ministração de aulas, outros existem, como sejam aqueles que leccionam os cursos profissionais – é o meu caso, como já compreenderam -, que, para além de terem estado na escola, tal como todos os seus colegas, terão, até ao final do ano, de dar estas aulas em falta. A legislação diz textualmente que «a estes alunos só será reconhecido o curso se lhes tiverem sido dadas todas as aulas constantes do “cardápio”». Isto independentemente de motivo: doença do próprio e/ou de familiares, greve (dele ou dos funcionários), ou mesmo de catástrofes.