O meu ponto de vista

Janeiro 19 2020

É o individualismo a vigorar. Não digo na sua máxima exponência, uma vez acreditar que vá aumentar durante, pelo menos, os próximos dez/vinte anos, mas que está quase nos píncaros não deixa de ser verdade. Tal sintoma, já de si mau, torna-se, no momento actual, algo péssimo, pois proporciona a desnutrição de qualquer malha de solidariedade.

No concreto, a maioria acha-se – o achismo está na moda, pois não há gato pingado que não ache isto e aquilo sobre tudo e sobre todos – plenamente capaz de alcançar a Lua, senão mesmo o Sol. As pessoas situam-se num optimismo superexagerado, em que cogitam que apenas devem sujeitar-se a si próprios. A dependência familiar apenas se efectiva, de vez em quando, e quanto muito em termos financeiros. Então, no concerne a Deus nem é bom falar, uma vez raciocinarem que não necessitam do Divino para nada. Mesmo no aspecto da amizade, por muito que hoje tal conceito esteja arredado do corre-corre dos nossos dias, manda a verdade dizer que conhecemos cada vez mais pessoas, mas, em contraste, contamos cada vez com menos amigos.

Nunca como hoje, as pessoas se sentem como flores de nenúfar, autênticos cristais da Boémia, já que, por tudo e por nada, por dá cá esta palha, se melindram e enxofram. Consequentemente, viram costas e nada mais querem saber. Pensam que são únicos e se auto bastam, ponderando que o dinheiro tudo resolve na vida.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:53

Abril 30 2019

São raras as pessoas que dizem não à globalização. Quanto muito existem alguns que, com alguma constância, levantam reservas. A globalização, alterando as correlações de forças do mercado, cria cenários de incerteza e lança novos desafios. E a necessidade de responder a estes desafios e exigências e a permanente evolução tecnológica obriga a uma constante renovação de meios, serviços e organizações.

As mudanças rápidas acima referidas criam desafios à capacidade de gestão de cada um de nós que, apesar do potencial de adaptação, enfrentamos grandes riscos no dia-a-dia. A experiência mostra, contudo, que para enfrentar as várias dificuldades é preciso reconhecer, antes de mais, a introdução de conceitos e princípios de subsidiariedade intra e extra-territorialidade, como oportunidade de melhoria e consequente aumento do bem-estar.

Por isso, quando leio que existem 28 freguesias onde há mais de cinco anos não se regista qualquer nascimento preocupa-me. Esta visão bastante redutora do futuro, aliado ao crescente individualismo, para não falar de egoísmo, não permite identificar algumas das carências e suplantar os obstáculos referidos. É evidente que pessoas existem advogando que mais vale uma criança em que lhes seja proporcionado o máximo do que um bebé com o mínimo. 

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:40

Fevereiro 01 2018

Imaginem que organizam um almoço, jantar ou aniversário. Porém, se o número de convivas é elevado, acarretando, como é óbvio, uma enormíssima quantidade de trabalho, não é possível usar a louça que habitualmente usa. Concebam, ainda, que muito menos tem dinheiro para alugar um espaço ou contratar uma empresa de catering para o fim em vista. Solução: utilizar pratos, talheres e copos de plástico. Não é o mais adequado, mas para missões difíceis requerem-se resoluções adequadas.

Atenção que não estou a falar de espalhar, no final da festa, tais objectos no meio da praia, da floresta ou do parque, algo totalmente reprovável. Fico-me por um caso, digamos assim, caseiro, em que, no final, todo o lixo é selecionado e colocado no respectivo ecoponto.

Até aqui, venha a primeira pessoa que diga que nunca procedeu desta forma. Todavia, a ser aprovado o projeto de lei do PEV, PAN, BE e PCP, os quais defendem a proibição da utilização de louça descartável, tal deixará de ser possível.

Assim sendo, um dia destes, comeremos, com o mesmo garfo e colher, ou, então, à mão, do mesmo tacho, e beberemos da mesma garrafa, ou, melhor, será conveniente que seja do mesmo garrafão. Quanto muito, a sobremesa será servida sobre um guardanapo. E é por agora, uma vez que estes advêm das celuloses, as quais, como é público, são consideradas inimigas fidalgais daquelas franjas minoritárias da sociedade, mas, que infelizmente, obtêm o maior eco na comunicação social.

O cisma de nos imporem o que acham, agora, que é politicamente correcto, em tudo e mais alguma coisa, seja publicamente ou no mais recôndito da nossa intimidade, para além de nos transformar numa sociedade eugénica, irá transformarmo-nos, cada vez mais, em seres individuais.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:31

Outubro 09 2015

Faz parte da natureza humana. A ambição de ser cada vez melhor, a par de escolher e juntar-se aos melhores, coloca muitos desafios a cada um de nós, tanto mais que, para atrair, conseguir capitalizar e reter os outros em nosso redor, dá muito trabalho.

Num contexto global, em que se conseguem, nem que seja virtualmente, amigos em qualquer rincão do universo, competitivo, com ênfase na mobilidade, e onde se valorizem condições morais dignas desse nome, só subsistem as pessoas que investem nos amigos, senão por uma vida inteira, pelo menos durante um grande espaço de tempo.

Neste sentido, e tendo em conta o panorama actual das relações humanas, o compromisso deve passar pelo investimento em práticas afectivas verdadeiras, incluindo o tal malfadado “frete”, independentemente dos constrangimentos pessoais. Já agora, vale a pena abordar a questão do “frete”, pois aquele(a) que diz não os fazer é porque não é amigo(a) e muito menos ama.

Na verdade, verifica-se um desinvestimento crescente nas pessoas e o crescimento de um atroz individualismo, o qual, infelizmente, se está a estender aos nossos descendentes. Depois somos os(as) primeiros(as) a “torcer a orelha, mas esta …” A conjugação entre benefícios promotores do equilíbrio entre a vida pessoa e profissional é, talvez, o grande pilar da redenção humana. Até mais que a atracção!

Se o(a) outro(a) não se sentir maximamente, seja lá o que isto significa, com a postura conjunta, perspectivas de integração e ascensão - hoje-em-dia não faz as coisas por menos - descarta-se e … “parte para outro(a)”. Apesar da atracção, algo fundamental, é certo, só se conseguirá realizar plenamente se for verdadeiramente competente se souber mover-se permanentemente no sentido de também servir o(a) outro(a). Evidentemente, sem servilismo e muito menos fazendo de capacho.

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:43

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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