Parece estranho escrever o seguinte num dia tão importante - sobretudo para as gentes bairradinas – como é o da Ascensão do Senhor, também conhecido como o dia da espiga. Todavia o que é tem muita força.
A Igreja Católica sempre foi acusada, poucas vezes injustamente, de ser uma instituição materialista, i.e., viver mais para o ter do que para o ser. Imensas vezes, os seus dirigentes e até muitos leigos, à priori esclarecidos, socorrem-se dos bens materiais, ao mesmo tempo que denegam os espirituais. A justiça, a misericórdia e principalmente a partilha são actos desmemoriados em favor do imediato e da “figura”.
O Papa Francisco tem lutado denodamento contra esta situação. Tem apelado insistentemente para que a Igreja saia das quatro paredes em que autonomamente se encerra e saia para as periferias. Os mais sofredores em Cristo é aí que se encontram. Contudo, parece que luta contra moinhos de vento.
Reza-se muito e … Pronto, todos os problemas do mundo vão desaparecer. Sem desprimorar o rezar tenho para comigo que uma fé sem obras é algo vão. Citando Tiago 2:18, mas alguém dirá: tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé.
Estes últimos dias, e sobretudo hoje, a vida veio demonstrar que assim, infelizmente, continua.