Dizer que o petróleo é a maior fonte de energia do planeta, excluindo, como é óbvio, a nuclear, e a mais importante para a economia de todos os países não é exagero. As empresas do sector espalharam-se por todos os continentes. Embora, é certo, fonte de enorme poluição, também não é menos verdade que a procura do combustível perfeito é incessante, i.e., que, ao mesmo tempo que alimenta o motor, lhe dê o maior rendimento e melhores funções de limpeza.
Abro um parêntesis, para esclarecer do porquê da apelidação do petróleo por ouro negro. Esta designação foi criada em meados do século XVI por Georg Bauer, um mineralogista alemão. Resulta da união das palavras grega petros, que significa pedra, e da latina oleum, que se traduz por óleo. Aliás, a oriente, a descoberta ocorreu muitos anos antes, ou seja por volta de 347 a.C., ano em que há registo da construção do primeiro poço de petróleo na China, o qual era feito de canas de bambu e tinha 240 m.
Fechado aquele, é altura de voltar ao tema. Diz a Agência Internacional de Energia, organismo da ONU, que se a produção actual se mantiver, as reservas convencionais e não convencionais fornecerão petróleo por mais 45 anos. Daí não admirar a procura de novos poços, bem como do desenvolvimento de energias alternativas, as quais, infelizmente, ainda tardarão uns bons anos a serem perfeitamente rentáveis.
Ora, basta olhar para Angola e Venezuela, retirando a corrupção e o compadrio, para observar como o petróleo é deveras importante. Para não ir mais longe, bastou a enorme queda no preço do crude para aqueles países, os quais essencialmente e estupidamente viviam à sombra das respectivas receitas, se colocarem na lista da bancarrota.
Em Portugal, desde há muito que se procura o aludido ouro negro. Tanto na plataforma continental como no mar. Infelizmente sem resultado. Agora, mercê de novas tecnologias, novas pesquisas irão ser encetadas e o seu enquadramento legal está assegurado. Porém, como não podia deixar de ser – o contrário é que seria de estranhar -, levantam-se, para além dos ambientalistas mais ou menos radicais, a indústria hoteleira, principalmente a algarvia, que, “aqui d’El Rei”, vão matar a galinha de ovos de ouro, leia-se turismo.
Reconhecendo que algum turismo seria afectado, também sei que todo o país sairia a ganhar e muitíssimo. E sei igualmente que 90% dos portugueses não podem ficar reféns dos interesses turísticos algarvios, por muito que eu e muitíssimos outros adoremos esta região.