O meu ponto de vista

Abril 18 2016

Dizer que o petróleo é a maior fonte de energia do planeta, excluindo, como é óbvio, a nuclear, e a mais importante para a economia de todos os países não é exagero. As empresas do sector espalharam-se por todos os continentes. Embora, é certo, fonte de enorme poluição, também não é menos verdade que a procura do combustível perfeito é incessante, i.e., que, ao mesmo tempo que alimenta o motor, lhe dê o maior rendimento e melhores funções de limpeza.

Abro um parêntesis, para esclarecer do porquê da apelidação do petróleo por ouro negro. Esta designação foi criada em meados do século XVI por Georg Bauer, um mineralogista alemão. Resulta da união das palavras grega petros, que significa pedra, e da latina oleum, que se traduz por óleo. Aliás, a oriente, a descoberta ocorreu muitos anos antes, ou seja por volta de 347 a.C., ano em que há registo da construção do primeiro poço de petróleo na China, o qual era feito de canas de bambu e tinha 240 m.

Fechado aquele, é altura de voltar ao tema. Diz a Agência Internacional de Energia, organismo da ONU, que se a produção actual se mantiver, as reservas convencionais e não convencionais fornecerão petróleo por mais 45 anos. Daí não admirar a procura de novos poços, bem como do desenvolvimento de energias alternativas, as quais, infelizmente, ainda tardarão uns bons anos a serem perfeitamente rentáveis.

Ora, basta olhar para Angola e Venezuela, retirando a corrupção e o compadrio, para observar como o petróleo é deveras importante. Para não ir mais longe, bastou a enorme queda no preço do crude para aqueles países, os quais essencialmente e estupidamente viviam à sombra das respectivas receitas, se colocarem na lista da bancarrota.

Em Portugal, desde há muito que se procura o aludido ouro negro. Tanto na plataforma continental como no mar. Infelizmente sem resultado. Agora, mercê de novas tecnologias, novas pesquisas irão ser encetadas e o seu enquadramento legal está assegurado. Porém, como não podia deixar de ser – o contrário é que seria de estranhar -, levantam-se, para além dos ambientalistas mais ou menos radicais, a indústria hoteleira, principalmente a algarvia, que, “aqui d’El Rei”, vão matar a galinha de ovos de ouro, leia-se turismo.

Reconhecendo que algum turismo seria afectado, também sei que todo o país sairia a ganhar e muitíssimo. E sei igualmente que 90% dos portugueses não podem ficar reféns dos interesses turísticos algarvios, por muito que eu e muitíssimos outros adoremos esta região.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:12

Maio 22 2015

Já escrevi aqui sobre o café. Volto ao tema à falta de melhor. Diz uma outra lenda que se hoje nos deliciamos com um bom café o devemos a um rebanho de cabras que, muitos séculos atrás, chamaram a atenção do seu pastor, um etíope conhecido por Kaldi, surpreendido pela agitação anormal dos animais.

Kaldi ter-se-á, então, apercebido que o súbito ataque de energia das suas cabras, que pareciam dançar alegremente entre os vários rebentos que se encontravam nas redondezas, se devia aos seus bagos vermelhos, ou seja à planta do café. A curiosidade, naturalmente, levou a melhor e, depois de provar também ele alguns bagos, facilmente viu as suas suspeitas confirmadas.

Desde então a popularidade do café não parou de crescer e actualmente são milhões as pessoas que não dispensam um café pela manhã e, sobretudo, depois de uma boa refeição, um hábito fortemente enraizado um pouco por todo o mundo. Como sabemos, Portugal não é excepção, bem pelo contrário.

“Negro como o diabo, quente como o inferno, puro como um anjo, doce como o amor”, foi assim que Talleyrand (1754-1828), diplomata e político francês, descrevia um bom café e não tenho a menor dúvida que haverá muitos apreciadores a pensarem o mesmo. Bem, talvez um pouco menos doce e não tão quente!

E, já agora, sabem de onde vem o nome de BICA? Advém de um slogan da pastelaria lisboeta A Brasileira que, para incentivar os clientes a consumir esta bebida de sabor amargo e forte, dizia Beba Isto Com Açúcar.

Italiana, escaldado, em chávena fria, curto, cheio, pingado, abafado, descafeinado, com cheirinho, com gelo, galão ou garoto, estas são algumas das variantes mais solicitadas pelos portugueses. Uma nota para dizer o que a grande maioria já sabe: no Porto, a bica toma outro nome, designando-se por cimbalino, em homenagem às primeiras máquinas de café expresso e ainda hoje no mercado, La Cimbali.

A finalizar, um convite: vai um café?

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:17

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