A História permite-nos analisar os erros de modo a evitar repeti-los. Todavia, não podemos ficar presos a uma análise desenquadrada da realidade quotidiana. Antes de agir e de “botar faladura” devemos estudar minuciosamente todos os indicadores para verdadeiramente compreender quais os caminhos a percorrer.
Não tenhamos, porém, ilusões: a chave do problema está no Estado que temos, ou, se quisermos, na forma de organização política e administrativa engendrada ao longo dos anos, nas disfunções que a descaracterizam, na teia de interesses que a moldam e na ineficácia e improdutividade em que caiu.
O problema é muito antigo, mas recentemente parece atingir, uma vez mais, o ponto de ruptura. Nessa ordem de ideias, é preciso, independentemente do canto das sereias, trilhar o longo e penoso caminho da cura. Bem sei que, até lá, poderão ocorrer melhorias pontuais, em função de ciclos ou nichos de mercado. Contudo, infelizmente, o modelo estrutural, no essencial, permanecerá. Há muito tempo se espera por um modelo ou paradigma que contivesse a definição para a reforma do Estado.
Mais: que os orçamentos, em articulação com outras leis, fossem dando passos graduais e seguros no sentido da sua concretização. Mas não é isso que se constata. Sem margem para dúvidas, somos uma país eternamente adiado, i.e., em que as ideias gerais que encobrem a incapacidade de assumir com eficácia e pragmatismo um rumo colectivo.