Hoje dei mais um passo no cultivo do milho. Sim, para quem não saiba, ainda sou do tempo da rega deste cereal através da construção de “marinhas”, i.e., pequenos rectângulos onde se armazenava a água. Esta chegava até lá através de noras e alcatruzes puxados por um boi.
Tinha eu meia dúzia de anos e quantas vezes a minha falecida mãe me acordou às cinco da manhã para “tocar” o boi, já que não há melhor rega que a feita pela manhã ou pela noitinha. E não é que o raio do animal mal eu me descuidava – voluntariamente ou não – parava logo, e lá vinha o grito da minha mãe “Hernâni, o que se passa? Porque não tenho água?”
Depois, já na década de setenta, com o surgimento do motor de explosão – quem não se lembra do famoso Sachs? -, o trabalho deixou de ser tão penoso, apesar do método de rega se manter o mesmo. Porém, a grande revolução deu-se na década seguinte com o surgimento da rega por aspersão, a qual ainda se mantém, e que ainda uso em pequenas parcelas.
Actualmente a rega gota-a-gota, inventada pelos israelitas, impôs-se sem margem para dúvidas. É extraordinária a poupança de energia e sobretudo a economia de água. E não há nortada que assuste. Rega-se a qualquer hora e … pronto!
E foi este sistema que hoje instalei num campo de milho com cerca de meio hectare. Na próxima semana outros seguirão.