É raro o dia em que numa cidade ou noutra, ou, simultaneamente, em várias, não se realizem manifestações de antigos depositantes do ex-GES. Estão no seu direito, lutando pelos seus interesses e contra tal facto não existem contra-argumentos.
Outra coisa porém, é como enviesam a sua forma de luta. Jamais os vemos dizer o quer que seja do oligarca Ricardo Salgado e respectiva família, os quais, como está amplamente demonstrado, geriram aquele grupo financeiro como fossem a Máfia, exceptuando o assassinato.
Ouvimo-los e vemo-los, principalmente à hora dos telejornais, gritar contra o governador do Banco de Portugal (BP), como fosse este o destruidor do ex-BES. Não digo que Carlos Costa não tenha culpas no cartório, mas de modo algum, se pode comparar à família Espírito Santo.
Por outro lado, salvo raras e honrosas excepções, a maioria dos depositantes e detentores do designado papel comercial não me convencem com o fundamento de que foram espoliados das poupanças de uma vida face às declarações do governador do BP, proferidas dias antes da divisão do BES em banco bom (Novo Banco) e banco mau, porquanto tais depósitos o tinham sido há muitos dias, senão meses ou anos.
Durante esse tempo, em que tais depósitos renderam bem acima do que era plausível e curial – só não desconfiou quem hipocritamente não quis -, estiveram calados e contentes, pois estava-lhes a correr bem a vida! Aliás, tal situação faz-me lembrar o “jogo da pirâmide” ou a “D. Branca”. Enquanto se ganha ninguém se queixa. Quando a bancarrota se instala, lá pedem e acham que todos os outros devem pagar as suas perdas!