Sim, eu sei, que vou levar “porrada de água à jarra”. Não importa, pois já estou acostumado e, ainda por cima, tenho costas largas. Sou funcionário público, com muita honra, e presumo valer o dinheiro que recebo ao final de cada mês, ou seja, penso não comer o pão amassado com o suor alheio. Porém, não sou cego e mudo. Por isso, por ver e ter voz, é que, por vezes, escrevo o que muitas pessoas pensam mas não têm coragem de dizer e muito menos escrever.
Vivemos tempos de mudança, não deixando, mesmo assim, de serem duros, o que quase faz esquecer a linha que separa trabalhadores públicos dos privados. Mas verdadeiramente ela existe e é muito nítida, por muito que tentem fazer-nos crer do contrário.
Percebe-se, deste modo, que sou de opinião que não deve haver diferença de tratamento entre trabalhadores, sejam do público ou do privado. As empresas quando deixam de ter dinheiro, não pagam e, mesmo com uma lei do trabalho que não lembra ao Diabo, vêem-se na contingência de despedir. E o que se passa no Estado? Bem, estando este falido ou perto disso, porque não se despede e até se recuperam rendimentos e regalias?
As empresas, salvo raras e honrosas excepções, não crescem. Vivem-se momentos dramáticos e muito duros na nossa história. Nesta ordem de ideias, os cidadãos que trabalham para um patrão têm direitos e deveres iguais, quer este seja público ou privado.
Seria uma medida sem precedentes? Sim, seria. Mas casa onde não há pão …