Pensava eu, na minha santa ingenuidade, que o “eduquês” estava, de certo modo, erradicado da prática diária do nosso ensino. Credulidade minha, apesar da provecta idade. Também é verdade que, em termos de prognósticos, sobretudo no campo político, tenho dado com “os burros na água”. Por isso, prometi a mim mesmo não efectuar previsões, pelo menos nos tempos mais próximos, uma vez que, apesar do meu empedernido optimismo, a realidade vem confirmar que é muito superior à ficção.
Para o que estávamos novamente guardados? Então, não é que a Formação Cívica (FC) e a Área de Projecto (AP) estão de volta aos currículos dos nossos alunos? Afinal, Ana Benavente e seus compangons de route deixaram herança perene. Como devem estar a dar pulos de exaltação!
Mas atenção: os actuais detentores da "5 de Outubro", filhos dilectos da sacrossanta divindade – leia-se ciências da educação -, afirmam que, desta vez, não será a balda que, em tempos idos, todos testemunhámos. Não, agora, tanto FC como AP terão programas bem definidos e ajustados à contemporaneidade. E mais, esta última até terá avaliação e, nessa ordem de ideias, contará para a transição ou a retenção dos discentes. Sinceramente, é de quem nunca leccionou no ensino básico e/ou secundário. Quantas disciplinas querem que vos aponte, que têm classificação ao final do período e ano, às quais poucos ou nenhuns ligam pevide? Como diz o outro são autênticas “penates”.
Como é óbvio, principalmente nas redes sociais, a luta já começou. Quem são os professores melhor preparados para leccionar AP? É vê-los a puxar a brasa à sua sardinha. E quando chegar o Verão, altura em que este peixe está no seu melhor, é que vai ser o bom o bonito.
Ah, quanto lamento que o momento da reforma ainda se situe tão longe.