Cheguei há quatro dias e digo-vos, com toda a franqueza, que me apetece novamente sair e tudo abandonar. Têm sido dias de uma autêntica roda-viva.
Primeiro foi a festa anual deste meu torrão natal, com tudo o que isso implica, pois os familiares não perdoariam a ausência de convite. À mesa, obrigatoriamente, esteve o cozido à portuguesa, a chanfana e o leitão, isto para não falar dos doces.
Seguiram-se almoços e jantares com outros familiares e amigos. Emigrantes prestes a regressar aos países onde ganham o pão que aqui lhes foi negado, apenas estes dias tinham agenda livre, pelo que na inexistência de alternativa a solução foi … mãos à obra. O dever e a amizade assim obrigaram. A ementa não mudou muito, com a excepção de num dos dias ter introduzido o bacalhau com batatas a murro, prato feito em simultâneo com o cozimento da broa.
Tanta azáfama cansou-me. Sinceramente, fazer refeições deste quilate dias seguidos, colocar e levantar mesa atrás de mesa cansa imenso, por muito que se sinta um enorme prazer em receber bem.
Só hoje, e apenas da parte da tarde, voltei ao meu hobby de eleição: a agricultura. Três semanas de quase abandono – apenas a rega, por ser automática, foi efectuada – levaram a um acrescento de trabalho, algo que me custou imenso.
Como nos acostumamos tão facilmente à boa-vida!