Estejam descansados os meus caros leitores que não vou falar do consumismo, tanto mais que é algo comparado a chover no molhado. Todos negam exercê-lo, mas o certo é que os centros comerciais, apesar da pandemia, continuam a abarrotar de gente. Até no shopping de Vilarinho, vulgo mercado dominical, hoje estava a rebentar pelas costuras. A não ser as máscaras não vi qualquer diferença com o ano passado.
Quero falar, sim, do Advento. Entrámos na sua última etapa e Aquele que há-de vir – para mim vem todos os dias – continua a não ter onde nascer ou, se tem, é nas mesmas, se não em piores condições. O comodismo a que muitos de nós nos habituámos, o facilitismo que nos dá imenso jeito e o custo, sim o custo pois não há algo que custe mais que seguir os ensinamentos do Deus-Menino, levam a que continue a não haver onde possa nascer nas mínimas condições. Isto para não falar da rejeição (pura e simples) ao sabor dos ventos, qual folha de almo. Ao primeiro desaire, seja ele afectivo, profissional ou de outra índole, as pessoas deixam de acreditar, largam, não querem saber e até chegam ao cúmulo de ter raiva de quem quer saber.
Não é por acaso que o outro dia, alguém me dizia que deixou de ter fé aquando da morte de um ente querido que muito estimava, acusando Deus de não ter dados ouvidos aos seus insistentes apelos. Pois, não seria maravilhoso, muito fácil de acreditar e até aumentar exponencialmente a fé se Deus fizesse sempre o que lhe pedimos?
Eis, pois, no fundo, o grande mistério do nascimento (diário) de Jesus: acreditar, ontem, hoje e amanhã, mesmo quando todas as evidências demonstram que, aparentemente, Ele nos abandona dia sim, dia sim.
Entretanto, BOAS FESTAS