Na área do Ensino este governo, cedendo em toda a linha aos seus actuais compangons de route, leia-se PCP e BE, entrou numa onda de revogacionite e/ou suspensionite. Em pouco mais de um mês, repito um mês, já terminou com o exame para os alunos do 4º ano – nunca teve esse nome, mas sim prova de avaliação final de ciclo -, prova de admissão para professores, fazendo, agora, o mesmo relativamente ao 6º, bem como ao exame de Inglês do 9º ano, este da responsabilidade da Universidade de Cambridge. Ah, também a Bolsa de Contratação de Escola, vulgo BCE, e instrumento de escolha dos docentes, também vai ao ar. Acrescento, em abono da verdade que relativamente a este último item até nem estou em total desacordo, face aos problemas que, em tempos não muito distantes, originou. Porém, uma coisa é reformular, inserindo-lhe factores que melhorem a ferramenta, outra, totalmente distinta, é pura e simples terminar com ela. Esta medida, pelos motivos óbvios, apenas serve os professores carreiristas, os quais se limitam, ano após ano, a somar tempo de serviço.
Está em curso, entretanto, a suspensão das metas curriculares de Português e Matemática, pelo menos a nível do 1º ciclo, aguardando-se, para breve, igual “sorte” para as dos restantes ciclos do ensino básico.
E lá anda o Ensino, sector estratégico em qualquer país, pelo menos é o que os políticos apregoam constantemente, aos avanços e recuos, sem uma linha orientadora para, já não peço mais, uma década. Faz que a seguir desfaço e vira o disco … Que importa que existam uns bobos, quais contorcionistas, que ora ensinam deste modo, ora tentam atingir determinados patamares, para logo a seguir, a meio do jogo, lhes mudarem as regras? E os discentes, submetidos a autênticas experiências, quais ratos de laboratório, contam para algo? É evidente que não. Tanto estes, os mais importantes, como aqueles não passam de peças de um puzzle que se monta e desmonta consoante os ventos. Se existe área onde é imprescindível um acordo de regime é no Ensino. E ontem já era tarde!
A concluir, uma referência ao regresso das famosas provas de aferição. Tal como aqui, aqui e aqui escrevi, quem esteve no “terreno” e observou a realização de tais instrumentos de avaliação, bem como analisou o resultado dos mesmos, tem a absoluta certeza que ninguém quer saber daquelas, principalmente os alunos mais velhos, uma vez saberem que não contam para a classificação final. Regressar a algo que provou ser totalmente ineficaz é apenas satisfazer a agenda político-sindical e dar azo às queixas das escolas que se situam sistematicamente no fundo da tabela.
Numa altura em que todos exigimos o acesso a uma informação, estatisticamente o mais fiável possível, no caso do Ensino regredimos para o pântano.