O meu ponto de vista

Dezembro 09 2022

gettyimages-107253937-612x612.jpg

A Assembleia da República aprovou hoje a lei da morte medicamente assistida, vulgarmente designada por eutanásia. Desde já, e para esclarecimento de todos, declaro que sou completamente contra os fundamentos desta lei, a qual até pode nunca ver a luz do dia, bastando para isso que o Presidente da República a envie para o Tribunal Constitucional e este declare a sua inconstitucionalidade.

E sou contra por ser cristão, mais concretamente católico convicto e praticante, e, nesta ordem de ideias, ter a certeza absoluta que apenas Deus é o Senhor da vida. Por sua vontade nascemos – o extraordinário milagre de vida - e somente quando entender morreremos. Há uma excepção: o suicídio. No entanto, como todos sabemos, a Igreja é a primeira a criticar tal acto.

O que me espanta é que sendo a sociedade portuguesa, em termos religiosos, majoritariamente católica, eleja uma maioria de deputados que representam e defendem ideias contrárias aos princípios orientadores da Igreja Católica.

Já agora, o país não tem problemas muito mais urgentes e graves para onde os deputados devam dar a sua atenção?

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:31

Fevereiro 14 2021

Em tempos de contínua luta com vista a salvar milhares e milhares de vidas, chegando ao cúmulo de necessitarmos de ajuda do estrangeiro, como são exemplos as equipas de saúde da Alemanha, França e Luxemburgo que estão entre nós, o que faz o nosso parlamento? A resposta está nos temas fracturantes: eutanásia e a possibilidade de mulheres poderem engravidar com esperma de maridos já mortos. Está bem visto, pois é isso que preocupa, sem margem para dúvidas, a esmagadora maioria dos portugueses.

É o que dá sermos governados por uma maioria de esquerda e extrema-esquerda.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:15

Fevereiro 18 2020

Já não de agora e muito menos original, mas que vivemos tempos difíceis ou, melhor, incompreensíveis, é verdade. Entidades e pessoas cuja matriz é o colectivismo, onde a propriedade e a liberdade individual não são admissíveis, mas no que respeita à eutanásia são os primeiros a colocar como prioritária a vontade de cada um, é de espantar. É o exemplo do BE e do Livre, sendo de bom-tom, ressalvar a atitude positiva do PCP.

Quando num dos poucos países europeus onde a morte assistida é permitida, como é exemplo a Holanda, se começa a discutir a possibilidade de dar um comprimido, a cada pessoa com mais de 70 anos, com o fim desta, se assim o entender, tomar e assim colocar fim à vida, é absolutamente necessário colocar travão, enquanto podemos, a esta deriva suicidária.

Que cada um pode terminar com a sua própria vida, é mais que sabido e acompanha o homem desde que é homem. Não aprovo, não compreendo, mas desde que não esteja na minha mão impedir nada posso fazer a não ser rezar. Uma coisa é certa, toda a pessoa é livre de cometer as maiores loucuras, como é o caso do suicídio. Todavia, se estiver na minha mão impedir tal, jamais respeitarei essa vontade, uma vez entender este meu gesto, não como um atentado à liberdade individual, mas como amor. Contudo, neste caso, não me posso rever somente no caso impeditivo, mas também no cuidado que devo ter para com o próximo. E o que falta são estes cuidados, estes gestos de amor.

Há que pensar nisto: algo vai mal, quando se passeia o cão diariamente na rua, onde este é tratado como se filho fosse, enquanto os progenitores são abandonados em suas casas, sujeitos a solidão atroz, ou encerrados em lares sobrelotados.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:27

Fevereiro 14 2020

Os partidos com assento na Assembleia da República, na sua maioria, preparam-se para aprovar o direito à morte assistida, sem haver lugar a debate público e muito menos referendo. Conforme disse no texto anterior, por muito que nada tenham dito aquando da campanha eleitoral para a actual legislatura, aqueles, com receio de que o povo chamado a referendo chumbasse a sua pretensão – não tenho a menor dúvida que assim seria -, preparam-se, agora e à socapa, para aprovar legislação sobre tal matéria.

Que os partidos da esquerda e extrema-esquerda o façam não me admira, uma vez que a democracia directa é para ser usada apenas e exclusivamente quando muito bem lhes interessa. Agora que o PSD, cuja matriz sempre foi moldada pela doutrina social da Igreja, bem como sabendo que a maioria dos seus militantes e, sobretudos, eleitores, professam a religião católica, vá atrás daqueles e também apoie a não realização de um referendo é que não compreendo e muito menos aceito. Respeito quem pense diferente e vote conforme muito bem entender num referendo, como é óbvio. Rejeito a clarividência de meia-dúzia de iluminados, bem sentados no Parlamento.

Estou e enquanto assim pensar estarei sempre contra este atentado à vida humana, por muito que respeite a liberdade, não qualquer liberdade, não as mais amplas liberdades e muito menos a libertinagem. Atrás da eutanásia outras “liberdades” virão. Isto é só o princípio.

Por último, acrescento: ou o PSD, no qual há muito milito, repensa a sua posição relativamente ao referendo, ou ver-me-ei, de acordo com a minha consciência, obrigado a desfiliar-me. Tenho dito.

publicado por Hernani de J. Pereira às 12:29

Fevereiro 12 2020

No próximo dia 20, a Assembleia da República (AR) irá, em princípio, aprovar do direito à eutanásia. Digo em princípio, uma vez que a esquerda e extrema-esquerda, hoje maioritária na Parlamento, já disseram que eram esses os seus propósitos. Para início de conversa, direi que não concordo com esta posição, uma vez que, senão toda a esquerda, pelo menos o PS não o declarou explicita nem implicitamente no seu programa eleitoral tal desiderato. Ora, caso o tivesse feito, i.e., de fora clara e concisa, sem tergiversações, estou perfeitamente convencido que o resultado eleitoral tinha sido diferente. Não votei PS, como muito bem sabem, mas conheço muitos socialistas que jamais teriam convertido o seu voto em cor-de-rosa caso soubessem destas nefastas intenções.

Se AR é soberana? Claro que sim. Isso é indiscutível. O problema é os deputados terem sido eleitos de acordo com um programa e, posteriormente exercerem o seu múnus em algo a que legitimamente não lhes foi dado mandato. Esclareço, desde já, que incluo neste rol o PSD, o qual, segundo as últimas notícias vindas a público, se prepara para dar liberdade de voto aos seus deputados, argumentando que se trata de uma questão de consciência. Votei PSD e, como militante li atentamente o respectivo programa - tanto mais que propaganda/aliciamento fiz – e nada vi escrito sobre tal tema.

Como católico e, sobretudo, cristão, acredito que apenas Deus é dono da vida humana, Assim, enquanto pensar deste modo, jamais imaginarei alguém, por muitos sacrifícios/dores que possa estar sujeita, a colocar fim à vida ou a solicitar a outros que o façam. O padecimento é algo, não fruto da criação Divina, mas dos males que o Mundo enferma. Como tal deve servir, independentemente do credo/situação, como expiação. Nascemos a sofrer e, na generalidade, da mesma forma havemos de perecer. No intermédio muitas alegrias temos, tendo sempre presente que estas são bem maiores que aqueles, e, como é lógico, as quais servirão de equilíbrio aos padecimentos. Quando quisermos uma vida apenas provida de felicidade então o nascimento é desnecessário.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:29

Maio 29 2018

images.jpg

A eutanásia morreu. Pelo menos por agora. Para mim, “paz à sua alma” para sempre. Na mesa de operações – leia-se hemiciclo da AR -, foi aberto o seu corpo, esventrado até. De todas as formas e feitios foi visto e revisto, tendo-se chegado à conclusão que não necessitava de operação e por isso foi fechada a respectiva carcaça. Todas as investigações técnicas foram realizadas e tendo-se chegado ao diagnóstico esperado, fechou-se o ciclo. Amanhã é outro dia.

Já ontem o escrevi e volto a repetir: eis o meu testamento vital: EUTANÁSIA NUNCA. Deus deu-me a vida e apenas Ele saberá quando, como e onde me a tirará.

Sim, bem sei que existem caminhos, a nível da saúde, que são muito caros. Refiro-me, como é óbvio, aos cuidados paliativos. Todavia, não é por serem caros que não se devem implementar para assim serem percorridos por todos aqueles que sofrem desta ou daquela doença incurável. Apesar de ninguém, por puro sofisma, argumentar com o factor financeiro, também não desconheço que a eutanásia seria mais económico para o Estado. Porém, é para esse lado que durmo melhor!

Por outro lado, ajudar o outro no seu sofrimento, tanto no plano farmacológico, como social e sobretudo espiritual, deve ser o brasão de qualquer pessoa bem formada. Com as mãos se salva uma vida. Com uma palavra e um sorriso se saúda o coração.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:28

Fevereiro 25 2016

Como católico, praticante e convicto, acredito e defendo que Deus é o único detentor da vida humana. Daí não admirar a minha constante revolta contra quem atenta, sejam quais os motivos invocados, contra aquela. Seja o pior criminoso, seja o detentor do mais hediondo dos comportamentos jamais admitirei que outros se julguem donos da vida destes. E, last but not least, muito menos acolho a ideia de que o próprio seja livre por optar, seja em que circunstância for, pelo fim da sua existência terrena.

Vêm estas palavras a propósito de um último tema lançado para a opinião pública, objecto já de uma petição subscrita até por algumas personalidades que eu respeito, referente à eutanásia. E, sinceramente, estou cansado de ver, dia após dia, colocado na praça pública temas e temas fracturantes, como se o país não se visse confrontado com problemas muito mais graves.

Admito que a liberdade permite tal discussão e, por isso, não vou questionar tal facto, Porém, algum bom senso seria muito vantajoso.

Não nos chega já a despenalização do aborto, assim como a isenção das respectivas taxas, as quais temos que pagar quando efectivamente estamos doentes? O que faltará mais? Legalização do consumo de estupefacientes, da zoofilia, da necrofilia, do incesto, entre outras aberrações? Já agora, aproveitem, pois haverá sempre alguns anormais que hão-de bater palmas!

Quando estatisticamente está provado que cerca de 25% dos idosos sofrem de maus tratos por partes de familiares, seja por abandono ou mesmo por violência física e/ou psicológica, quando não existem instituições de rectaguarda que prestem dignamente cuidados paliativos, a aprovação da morte assistida será meio caminho para que a larga maioria dos que sofrem diariamente na pele, para além da doença, o desprezo dos familiares, bem como de uma sociedade individualista e, sobretudo, hedonista, solicitassem a aludida morte assistida. Não por convicção, estou certo, mas para terminar com o padecimento que quem mais lhe devia prestar apoio e que, pelo contrário, os acha um empecilho.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:49

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
Junho 2025
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
26
27
28

29
30


arquivos

Junho 2025

Maio 2025

Abril 2025

Março 2025

Fevereiro 2025

Janeiro 2025

Dezembro 2024

Novembro 2024

Outubro 2024

Setembro 2024

Agosto 2024

Julho 2024

Junho 2024

Maio 2024

Abril 2024

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Julho 2022

Junho 2022

Maio 2022

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Outubro 2005

Agosto 2005

Julho 2005

Junho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Março 2005

Fevereiro 2005

Janeiro 2005

Dezembro 2004

pesquisar
 
blogs SAPO