Quando pensamos, vemos, ouvimos e lemos vem-nos à mente algo, na maior parte das vezes, inusitado. Por exemplo, há quem defenda que entre um bom político – vá-se lá saber como se pode classificar tal - e a melhor das iguarias culinárias há mais semelhanças do que diferenças. Na verdade, dizem aqueles, em ambos os casos, o que se serve resulta de uma combinação harmoniosa de ingredientes que deve ser agradável à vista, mas sobretudo deve suprir uma necessidade. Se no segundo caso ela é alimentar, no primeiro trata-se de conjugar os vários elementos de modo a transmitir ao cidadão comum que é o ingrediente que faz a diferença no seu voto.
Muito mais do que a mera soma das partes, o político tem de dar sentido às várias etapas de carreira cumpridas e demonstrar a capacidade de cidadão primus inter pares e a sua adequação aos novos desafios que se perfilam. É com base nesta premissa que muitos políticos (e candidatos a) se perguntam se devem colocar toda a sua vida em jogo, mesmo aquilo que nada tem a ver com a função, como são exemplos a família e os amigos.
Uma coisa é certa. Não gosto de “bater” em políticos de forma demagógica e populista, do género “são todos uma corja de gatunos”. Há que fundamentar, separar o trigo do joio, e acima de tudo, ter constantemente presente que em todas as classes sociais e/ou profissionais há excelentes, bons, médios e maus homens, independentemente do género, raça ou religião. A generalização foi e sempre será perigosa.