A capa da revista do Expresso de hoje é, por demais, demonstrativa do que se passa no PSD. Cada um para o seu lado, cuidando de si.
Naquela vemos Cavaco Silva, descontraidamente só, sublinho só, encostado a uma parede amarela - não é por acaso que não é laranja, verde, azul, cor-de-rosa ou vermelha - com ar de superioridade, como querendo dizer que os tempos presentes, relativamente aos sociais-democratas, são complexos – estou a ser benévolo – em contraponto ao seu tempo.
O que verdadeiramente quer afirmar é que falta ao PSD quem tenho pulso firme e, sobretudo, que dê um murro na mesa ou mesmo até virá-la. No fundo, tenta transmitir que está cansado de falinhas mansas e falsas concórdias.
Aliás, nas entrelinhas da sua cuidadosa entrevista, outras ideias se podem descortinar. Atrevo-me até a imaginar o que na sua mente trespassa, mas, por dever de contenção, não se atreve a dizer, i.e., “ai se tivesse menos 20 ou 30 anos e veriam o que era bom e bonito”.